Pai e Filho, venha o .... e escolha!
Por acaso alguém sabe o que é dar entrada pela primeira vez
na vida no quarto piso do Hospital de Leiria? Sabendo à partida que quando
sairmos, sabe-se lá quando, quase ninguém nos vai perdoar. Simplesmente porque
temos um autocolante na testa a dizer “louco”.
Alguém sabe o que estar a ser olhado por todos os olhos do
café, naquela espera cruel e sádica de que se tropece e se faça alguma coisa
fora do vulgar?
Alguém sabe o que é estar com uma depressão tão forte, que
só o facto de ir levar o António à paragem do autocarro para ir a Leiria para
as aulas do Orfeão, não conseguir largar o miúdo sempre agarradinho a ele, como
se fosse ele a proteger-me?
Alguém sabe o que é o sacrifício de voltar para casa depois
dele entrar no autocarro? E só tinha de passar em frente ao café liz?
Alguém sabe que o melhor do dia é a hora de nos irmos
deitar? E o pior do dia é estarmos acordados sem nos sabermos levantar de tão
angustiante que esse pequeno ritual significa?
Alguém me sabe porventura dizer o que é no meio de tudo isto
ter um casamento acabado, mas do qual dependemos desesperadamente?
Alguém me sabe explicar o que é estarmos na fase oposta da
depressão absoluta, com um ritmo intelectual indescritível, sermos capazes de
fazer variadíssimas coisas ao mesmo tempo. E todas bem feitas. E beber 6 cafés
por dia e fumar dois maços de tabaco. E, nada nos assustar. E, o nosso ritmo
ficar cada vez mais descontrolado?
Alguém sabe o que é viver como se fosse a conduzir um carro a 350 km / hora, num carro com 220
cv 24 horas/dia?
Alguém sabe o que é ninguém nos entender e nós a pensar que
tudo está bem?
Pois é.
Que nenhum energúmeno tenha a indecência de fazer
diagnósticos ridículos acerca das doenças mentais dos outros. Nem as que têm
cura, nem aquelas que nem isso têm.
Escrevo estas coisas, porque se passaram comigo e tive mais
de 25 aos sem ter sido corretamente diagnosticado.
Há, no entanto, uma coisa simples que queria deixar para
todos os que tiveram a paciência de ler este texto até ao fim: Sofri muito,
ainda sofro muito com o problema que ´herdei' do meu avô. Não me sinto devedor de
desculpas a ninguém, … só não admito que um pai e um filho me queiram magoar
com argumentos inadmissíveis e cruéis. Ainda por cima sem terem a humildade de olharem para si próprios. É cruel, é inadmissível, é simplesmente aberrante!
Porque como disse Jesus Cristo: “não te preocupes com o
cisco no olho do teu próximo se não retiraste a trave que tens no teu olho”.
É claro que escusava de estar a dizer isto, mas esta gente e
os seus argumentos cínicos e pretensamente infalíveis apenas contribuem para me
meterem um enorme nojo. Asco ao vómito.
Vivam a vossa vida e deixem a dos outros em paz.
Não é pedir muito, pois não?
Desapareçam.
E parem de fingir ser aquilo que não são, nem nunca foram.
PS. Conseguiram ambos escrever a maior canalhice que alguém me tinha endereçado. O filho no grupo de WA da CPC do PSMG, já o pai, sempre mais original, foi rebuscar uma definição de uma doença mental de que não padeço, mas que me resolveu diagnosticar.
Oxalá nunca tenham de levar ninguém da vossa família próxima ao quarto piso do hospital de Leiria. Talvez, nessa altura, se lembrem do que gratuitamente me fizeram sofrer.
Como é possível o pai falar em doenças mentais, qdo tem uma mulher em casa que sentada a uma mesa começa a dizer que está com visões e um espírito dentro dela. Dr Rui, isso é canalha que não merece o seu tempo. A frustração já é genética, mas pelos vistos veio mais acentuada.Tristes que não sabem o que fazer das suas vidas,tentam... enfim!!!
ResponderEliminarIncompreensível, tanta falta de empatia e compaixão pelo outro.
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