Pai e Filho, venha o .... e escolha!

 






ler o magnífico diagnóstico psiquiátrico que consta do post do Senhor Armando Constâncio na minha página do fb. relativamente a mim, claro está. Feito em Março. Obrigado pela atenção!

Por acaso alguém sabe o que é dar entrada pela primeira vez na vida no quarto piso do Hospital de Leiria? Sabendo à partida que quando sairmos, sabe-se lá quando, quase ninguém nos vai perdoar. Simplesmente porque temos um autocolante na testa a dizer “louco”.

Alguém sabe o que estar a ser olhado por todos os olhos do café, naquela espera cruel e sádica de que se tropece e se faça alguma coisa fora do vulgar?

Alguém sabe o que é estar com uma depressão tão forte, que só o facto de ir levar o António à paragem do autocarro para ir a Leiria para as aulas do Orfeão, não conseguir largar o miúdo sempre agarradinho a ele, como se fosse ele a proteger-me?

Alguém sabe o que é o sacrifício de voltar para casa depois dele entrar no autocarro? E só tinha de passar em frente ao café liz?

Alguém sabe que o melhor do dia é a hora de nos irmos deitar? E o pior do dia é estarmos acordados sem nos sabermos levantar de tão angustiante que esse pequeno ritual significa?

Alguém me sabe porventura dizer o que é no meio de tudo isto ter um casamento acabado, mas do qual dependemos desesperadamente?

Alguém me sabe explicar o que é estarmos na fase oposta da depressão absoluta, com um ritmo intelectual indescritível, sermos capazes de fazer variadíssimas coisas ao mesmo tempo. E todas bem feitas. E beber 6 cafés por dia e fumar dois maços de tabaco. E, nada nos assustar. E, o nosso ritmo ficar cada vez mais descontrolado?

Alguém sabe o que é viver como se fosse a conduzir um carro a 350 km / hora, num carro com 220 cv 24 horas/dia?

Alguém sabe o que é ninguém nos entender e nós a pensar que tudo está bem?

Pois é.

Que nenhum energúmeno tenha a indecência de fazer diagnósticos ridículos acerca das doenças mentais dos outros. Nem as que têm cura, nem aquelas que nem isso têm.

Escrevo estas coisas, porque se passaram comigo e tive mais de 25 aos sem ter sido corretamente diagnosticado.

Há, no entanto, uma coisa simples que queria deixar para todos os que tiveram a paciência de ler este texto até ao fim: Sofri muito, ainda sofro muito com o problema que ´herdei' do meu avô. Não me sinto devedor de desculpas a ninguém, … só não admito que um pai e um filho me queiram magoar com argumentos inadmissíveis e cruéis. Ainda por cima sem terem a humildade de olharem para si próprios. É cruel, é inadmissível, é simplesmente aberrante!

Porque como disse Jesus Cristo: “não te preocupes com o cisco no olho do teu próximo se não retiraste a trave que tens no teu olho”.

É claro que escusava de estar a dizer isto, mas esta gente e os seus argumentos cínicos e pretensamente infalíveis apenas contribuem para me meterem um enorme nojo. Asco ao vómito.

Vivam a vossa vida e deixem a dos outros em paz.

Não é pedir muito, pois não?

Desapareçam.

E parem de fingir ser aquilo que não são, nem nunca foram.

PS. Conseguiram ambos escrever a maior canalhice que alguém me tinha endereçado. O filho no grupo de WA da CPC do PSMG, já o pai, sempre mais original, foi rebuscar uma definição de uma doença mental de que não padeço, mas que me resolveu diagnosticar.

Oxalá nunca tenham de levar ninguém da vossa família próxima ao quarto piso do hospital de Leiria. Talvez, nessa altura, se lembrem do que gratuitamente me fizeram sofrer.





Comentários

  1. Como é possível o pai falar em doenças mentais, qdo tem uma mulher em casa que sentada a uma mesa começa a dizer que está com visões e um espírito dentro dela. Dr Rui, isso é canalha que não merece o seu tempo. A frustração já é genética, mas pelos vistos veio mais acentuada.Tristes que não sabem o que fazer das suas vidas,tentam... enfim!!!

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  2. Incompreensível, tanta falta de empatia e compaixão pelo outro.

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