Hoje a minha terra recebeu o seu novo padre.

 

Deveria ter estado presente. Por todos os motivos. Sendo o primeiro dos quais o facto de me considerar católico, apesar de ser ‘não praticante’, postura contraditória com os mais elementares princípios da religião que resolvi abraçar já em adulto.

Houve um tempo após o meu batismo (aos 22 anos num sábado à noite com 5 ou seis pessoas, nenhuma das quais da minha família direta) em que frequentava a Igreja aos Domingos ou Sábados. Depois e já em Lisboa e com a minha namorada íamos todos os Domingos à Missa na Igreja da nossa freguesia (Penha de França).

Na Vieira, fui-me afastando progressivamente da Eucaristia, essencialmente porque, nas terras pequenas toda a gente conhece toda a gente e fazia-me imensa impressão assistir a tanta beatitude vinda de alguma gente hipócrita, malformada, invejosa, que sem qualquer pudor iam receber ‘alegremente’ o Corpo de Cristo. Fugi daquilo tudo. Obviamente nunca reneguei todas as minhas crenças. Nunca!

Agora e muito mais velho ou melhor mais ‘amadurecido’, não me revejo em qualquer dessas atitudes. Abandonar a prática dos meus valores e sagradas convicções por causa dos outros. Isso é um perfeito disparate.

Os outros, são os outros. Serão sempre! Os outros.

No próximo Domingo irei conhecer o novo Pastor da minha freguesia. Nem olho para as filas da comunhão, nem para todos aqueles que com uma facilidade desconcertante batem no peito. Nada disso me interessa.

Na vida, importa regressar a tudo o que ‘importa’.

Há ‘portos de abrigo’ na nossa vida, que são, foram e para sempre serão indispensáveis, insubstituíveis e inimitáveis para o nosso equilíbrio. Assim os consigamos vivenciar na nossa mais íntima forma de ser e de estar.

No Domingo, vou à Missa. É que tenho imensas saudades. E, acima e tudo o resto, faz-me imensa falta. O sagrado, o convívio com a Palavra de Deus, com a praxis católica e com a história do perfeito Homem/Deus que jamais existiu na face da terra.

No próximo Domingo tenho de ir à Missa na Vieira.

Porquê?

Olha, porque tenho!