Vieira do Liz. 600 anos!

 




A minha terra está prestes a comemorar 600 anos!

Esta data deveria, em circunstâncias normais, encher-nos de orgulho, de vaidade, de força.

Temos o triplo da antiguidade de muitos países. Somos uma velha terra, uma enorme freguesia, muito maior que muitos concelhos. Temos um património natural fabuloso. Uma história bastante interessante, em termos antropológicos, históricos, económicos, culturais, desportivos e associativos. Só que, … falta-nos tudo.

Falta futuro a esta gente!

Futuro sim, porque ninguém o sonha, nem quer sonhar.

Nas eleições autárquicas aparecem uns programas eleitorais repletos de banalidades, apenas para preencher os ‘mínimos olímpicos’.

Há um partido que arranca sempre na ‘pole position’ com 600 a 700 votos a mais, por isso ganha sempre. Tem mérito. Trabalho e obra a apresentar. Bons candidatos. Tudo gente politicamente correta e pessoalmente bastante respeitável.

Irá o PS vencer facilmente as próximas eleições para a Junta de Freguesia. Disso, penso que ninguém, no seu mais perfeito juízo, terá a mais pequena dúvida.

Mas, a pergunta coloca-se: o que falta à minha terra? Não é apenas a esperança, o futuro, a vontade. Tudo isso falta, é verdade.

Mas o pior é que ninguém quer saber de nada.

Falta-nos visão. Para os próximos 5, 10, 20, 40 anos.

A Vieira a continuar assim, não passa de meia dúzia de ‘novos-ricos’ que, bem vistas as coisas, nem ricos são. Uma territa que mais não é que uma enorme fábrica de petiscos e de má língua. Aquela má língua ressabiada que convive ‘alegremente’ com todos os ‘Conselheiros Acácios’ do ‘Primo Basílio’ do Eça. Os importantes, as figuras de proa, assaz ridículas, que vivem e convivem com tudo isto, sem um lamento, sem uma critica politicamente tida como incorreta, sem uma frase sibilina que diga que afinal ‘O Rei vai Nu’.

A minha terra está uma merda e, ou há uma revolução de ideias, de inteligência, com gente nova e entusiasmada ou continuaremos uma espécie de ‘Terra do sem fim’, como o título do romance de Jorge Amado.

Importa dizer que sou um privilegiado, por isso escrevo estas coisas. Um privilegiado porque nada quero, nada devo, nada sou. Devo tudo à minha consciência que me obriga a provar aos meus filhos, que acima de tudo o resto, está sempre o nosso pensamento e a forma como observamos o que nos cerca, sem ter medo das opiniões dos outros. Neste caso, de todos os que, de uma forma ou de outra, têm alimentado este medíocre estado de coisas. Quase sempre em proveito próprio.

Desta vez irei contar os likes deste texto.

Só para me divertir.

Se fosse uma foto com um texto banal do Glorioso seriam dezenas. Assim, nem uns 7 contabilizarei.

Como diria o outro: “é da vida, rapaz. É da vida!”


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