FOI!

 


Há tempos

na vida de um homem

em que já não há lugar para quaisquer arrependimentos.

Deixaram de fazer sentido.

Tornaram-se ridículos apenas.

Porque

tudo simplesmente se dissipou

na crueza e fria lucidez dos factos e dos momentos.

Foi daquela forma

e não de outra qualquer.

O que tinha de ser,

Foi!

Nada mais que isso.

Há tempos

na vida de um homem

em que já não há lugar para quaisquer arrependimentos.

É, talvez a vida,

e toda a sua imprevisibilidade

a gostar de ‘trocar’ as voltas a tudo e a toda a gente.

Talvez seja mesmo só isso.

O “normal”, o vulgar, o espectável.

A vida a trocar as voltas

a quem nela vive,

nela está

e

nela vai ficando.

Sempre senti que a vida é fácil.

Continuo a viver a mesma sensação é certo.

Só que,

desta vez,

não tenho como pedir perdão.

Por nada.

Estranha e nova forma de viver esta.

Pedi,

nalgumas vezes.

Noutras,

por mim dei

a implorar

desculpas e esquecimentos.

Breves ou longos, já nem sei!

Nesta altura,

a ninguém peço e muito menos imploro coisa nenhuma.

É quando

o fim

de qualquer coisa

que parecia sublime e permanente

se aproxima

e a ideia do seu aparecimento

se torna

mais apaziguadora e tranquila

que qualquer forma de desculpa.

Talvez por,

a razão

ter passado,

finalmente,

a tomar conta de tudo.

E já não há tempos, modos e arrependimentos de qualquer espécie que se justifiquem, porque o que tinha de ser:

Foi!


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