Aos Merdas.

 


Aos que enchem a boca com os seus próprios predicados,

Aos que vivem na virtude e sempre mas sempre sem quaisquer pecados,

Tendo medo da verdade que os cerca,

Disfarçando esse medo com fingida 'ignorância'

Dos tempos da perseguição e brutal intolerância.

 

A todos que fugiram com a falta de coragem,

Levados sempre com o medo na bagagem

Para onde foram, como ratos, viajar.

 

Voltaram plenos de si próprios,

Tendo o perigo, acabado de passar,

Querendo quase tudo agarrar

O que sempre acharam como seu.

 

Como se de um direito incontornável se tratasse.

 

Aos merdas, 

Aos impuros,

A quem Vinícius chamou de ‘Os puros’

Por sempre terem sido, o mesmo e o seu contrário.

 

A todos os que andam por aí,

Sem a ninguém dizerem o que são.

 

Sempre é maior a recompensa

De quem gosta de fingir que nunca pensa

Para grandes horizontes alcançar.

 

A todos esses tristes,

Interesseiros

E pouco mais que isso.

Sempre, mas sempre, os primeiros,

Que nada dão a ensinar.

 

A todos esses merdas que por aí estão

Ao sabor das oportunidades do momento,

E mesmo sem qualquer oportuno pensamento

Fingem e tentam desesperadamente parecer ser o que não são!

 

A todos vós cujos filhos escolheram o Ventura

Numa eterna e desgraçada desventura

Do passado não querer saber nem interessar.

 

Esquecem que a vida

Roda sempre ...

Sem princípio,

Meio

E fim.

O que hoje é certo,

Amanhã será completamente incerto,

Deixando as mesmas escolhas e cínicas venturas,

Daqueles que adoram sinecuras

Ficando longe dos perigos

De quem ama a Liberdade sempre perto.

 

A todos esses

Que a vida sempre acolhe,

Com suprema 'ternura' e banhada sorte,

Aos bardamerdas desta vida,

Deste país e

Desta terra.

A todos vós,

Que vos faça bom proveito

Toda essa manhosa maneira de estar,

Porque a vida vos protegerá sempre.

Só não entram nem farão parte da pequena e parca gente.

Dos sem medo

E de todos os que cultivam o sonho como único segredo!

 

E a todos os vieirenses que ainda os há,

Vivinhos e de saúde,

Que na noite de 24 de Abril adormeceram como bufos e fascistas

Tendo na manhã de 25 acordado empedernidos e violentos comunistas.

 

Também temos por cá disso!

Não restam dúvidas.

Se dúvidas houvesse.

Somos mesmo uma terra plena,

De costumes, hábitos e muita pena.

'Abençoados' também por isso somos nós.

 

Creiam, 

isso sim, 

nas vossas capacidades 

de terra antiga e bem afortunada.

Só nos falta mesmo ... sonhar,

Porque todo o 'material' indispensável a todos os sonhos está bem perto.

Basta encontrar as pessoas com os sonhos certos, 

E um braço que se deixe encontrar. 

Para colher o futuro!

Basta isso.

Não é pedir muito, pois não?!

Acordem!




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