The Big Picture.

 


Alguns de nós, têm-se prendendo ou ‘perdendo’ com a peregrina ideia de tentar interpretar estes tempos. Internacionalmente falando, claro. 

A verdade e a mentira que nos vão servindo, mais não são que uma forma nada original desta breve frase, tão repetida, pelo inefável Durão Barroso: “Temos de ‘atender’ à Big Picture”.

Inteligente, sem dúvida, esta augusta figura. Bastante até, como todas aquelas figurinhas provenientes dessas tribos que frequentaram as escolas Maoistas, Estalinistas e Trotskistas, entre outras ‘istas’ filhas da utopia da ‘sociedade sem classes’.

Pachecos Pereiras e tantos e tantos outros que se foram espalhando pelos dois partidos do arco da governação, convivendo alegremente com os fascistazinhos dos Josés Migueis Júdices, entre outros da mesma raça política.

Como tudo isto é cómico!

Como diria o inimitável Arnaldo Matos do MRPP, “isto é só putedo”.

...

Como as placas tectónicas, as zonas de poder internacional na geopolítica, vão, com as décadas e com os séculos, mudando, com alguns tremores previsíveis.

Presentemente, e com toda esta turbulência ‘tectónica’ mundial, ficou tudo tão claro e óbvio no tabuleiro político internacional, que até se torna desinteressante e fastidioso proceder ou tentar fazer qualquer análise.

De todas as formas totalmente maniqueístas e enviesadas que a informação ocidental e ‘politicamente correta’, nos apresenta diariamente, o que fica?

O que resta de tudo isto?

A verdade. Resta a verdade. Resta a decência e, infelizmente, a inteligência e sagacidade de observação de tudo o que fica para além das cortinas de fumo que o mainstream nos quer impor diariamente.

Os EUA estão a alimentar uma guerra e a alimentar-se dela, sem baixas humanas tudo servido num monumental negócio com um fim político e económico óbvio.

Tomar o Irão, via Israel, e em simultâneo deixar, posteriormente a Ucrânia fascista à sua sorte. Vou repetir: a Ucrânia fascista de extrema direita, que antes condenavam, mas agora fingem proteger. Por uma questão de timing e lucro. Lucro puro e duro.

Ninguém, em seu perfeito juízo, pode deixar de condenar veementemente a invasão Russa. Não cofundamos ‘Germano’ com ‘Género Humano’. Mas a verdade é esta´: os EUA e a Rússia estão a travar uma guerra brutal em território ‘alheio’, com a complacência desta Europa da treta.

Europa sabuja, sem estratégia, sem exército comum, totalmente fragilizada politicamente, à beira do precipício da extrema direita, à espera da hora certa para nos cair em cima.

Uma Europa que até se deu ao luxo de perder um dos seus países fundadores cedendo a todas as exigências dos extremistas de direita do Reino Unido.

A comunidade internacional, como sempre, passiva, calada, cínica.

A Europa na geopolítica internacional, há muito que deixou de existir.

A Nato só me faz lembrar aquela frase popular: “Agarrem-me, que eu vou-me a eles”.

Nesse aspeto, Trump teve razão, “quem paga a NATO são os EUA. Se a querem manter que a ajudem a pagar.” Por acaso, isto é mentira?

O mundo democrático fingiu estar consternado com este ‘disparate’. Por vezes é necessário que um louco (entre outras deploráveis características) nos diga a verdade a todos.

O carniceiro, porque é esse o apelido correto de Benjamin Netanyhau, é recebido em apoteose como se de um grande medalhado olímpico se tratasse, no Congresso Americano. Um criminoso de guerra com mandado de prisão internacional.

Vocifera nas Nações Unidas e toda a gente se retira, sem antes lhe chamar assassino.

Vivemos tempos em que é preferível sair, a ... dizer!

Por uma questão de decoro talvez.

Importa sublinhar que sempre estive contra, fortemente contra, estas questões do chamado decoro político. Talvez seja uma forma delicada de dizer, ‘cobardia diplomática’. Aquela ‘coisa’ pacóvia do ‘saber estar’.

Como dizia a minha tia Julieta: “as coisas são como elas são”.

O que se tem de dizer, diz-se. Não tem sido o caso. Aliás, nunca foi. Em tempo algum!

Neste país, andamos a discutir, cinicamente, trocos num orçamento, com o palhaço do nosso Presidente da República, primeiro responsável pelo atual estado de coisas a apelar ao bom senso. 

...

E, no nosso Concelho, onde a mediocridade tomou conta de tudo?

Sobre isto, tenho registado a total ausência de opinião da “intelligentsia” a  refletir acerca do que estamos a viver nestes tempos de política autárquica.

Esta problemática, talvez provinciana, quem sabe (?), parece ser desprezível para os intelectuais cá do burgo.

Ou não existem ou  a existirem, vão-se considerando a eles próprios bem acima destas "mesquinhas" e "desinteressantes" questões locais.

Foram essas atitudes completamente egoístas, petulantes e farisaicas que permitiram fazer aparecer todos os 'Aurélios' deste triste município adiado.

É por estas e por outras, que a frase "cada povo tem o governo que merece" nunca será uma frase estafada.


Comentários

Mensagens populares