Internas PS Marinha Grande.

 



Muito se utiliza agora a expressão, “Tens de sair da ilha, para a conseguir ver na sua plenitude”. É mais ou menos isto que se passa comigo relativamente ao Partido Socialista em geral e o da Marinha Grande em particular.

Contrariamente a muita gente que todos conhecemos, não saí do PS para me filiar em nenhum outro partido nem patrocinar qualquer outro movimento para combater o partido de origem. Nem seria nunca capaz de ter esse procedimento, que penso deplorável, sobretudo quando estão em causa interesses, sejam de que tipo forem. As pessoas até podem mudar de partido ou de simpatia política, simplesmente porque a sua forma de ver o mundo e os homens sofreu alguma profunda alteração. Não sou por isso desfavorável a essas atitudes evidentemente.  Só não gosto é quando as mesmas são motivadas apenas por interesses imediatos e desgarrados de qualquer alteração ideológica.

No meu caso, que sempre militei no PS, não foi, de todo, o facto de ter ‘deixado’ de ter cartão e pagar quotas, que me fez desinteressar por tudo o que respeita ao Partido Socialista, seja a nível local, europeu ou nacional.

Terminado o último mandato de ano e meio da Comissão Política Concelhia do PS da Marinha Grande, cujo percurso não foi, digamos, brilhante, mormente por ter sido constantemente caracterizado por divisões internas, na sua maioria estéreis e sem qualquer sentido, avizinhava-se novo processo eleitoral. Este, carregado de uma acrescida importância, uma vez que se revestia da responsabilidade na escolha dos próximos representantes do Partido nas listas autárquicas de 2025, definição de estratégia eleitoral e ainda e mais importante que tudo o resto, a elaboração do programa, dos seus pontos fundamentais, com visão de curto, médio e longo prazo.

Previa-se uma campanha interna algo dura, uma vez que se apresentavam dois projetos a sufrágio. Em boa verdade, não se pode dizer que a campanha e o próprio ato eleitoral tivessem decorrido de forma menos normal e urbanizada. O PS é um partido democrático, maduro e convive bem com mais do que uma opção e mais que uma equipa proposta a eleições.

Ganhou a Lista A por sete votos.

Glória aos Vencedores, Honra aos vencidos.

Contrariamente ao que muita gente pensa e gosta de repetir à exaustão, a Concelhia do PS da Marinha Grande, não são meia dúzia de gatos pingados, como recorrentemente vem descrita no Jornal ‘cá da terra’.

Trata-se apenas da terceira maior concelhia do Partido Socialista no distrito de Leiria e a evidenciar um franco e constante crescimento dos seus membros.

Terminado o ato eleitoral, os costumeiros azedos desta e doutras vidas e desta e de outras andanças, esperavam, já a salivar de prazer, que os dois pontos de vista em confronto democrático se aniquilassem um ao outro e com isso atirassem para o caixote do lixo municipal qualquer hipótese de entendimento.

Pois bem, apraz-me registar que na tomada de posse da passada sexta feira, 26 de Julho, as coisas correram de forma quase exemplar. E digo quase, porque ainda há, pelo menos uma pessoa que não entendeu a frase que Telmo Ferraz proferiu na cerimónia de apresentação dos candidatos da lista A: “O Partido Socialista da Marinha Grande é um só!”

Eu acrescentaria, dentro desta linha de pensamento, depois da enorme desgraça que se abateu no PSMG, com a presidência do Nélson Araújo e destes quase dois anos de conflito permanente, nesta altura o PS da Marinha Grande é uno e completamente indivisível!

Quem não entendeu isto, não entendeu rigorosamente nada do que se passou na tomada de posse dos órgãos eleitos.

Várias, porque várias foram as pessoas que me telefonaram, a altas horas a contar todo o decurso dessa tomada de posse, o que me impeliu a escrever este texto, deixando, pela sua mais elementar justiça, diversas palavras de enorme apreço, face à qualidade das intervenções e ao seu espírito de união interna.

Em primeiro lugar ao Luís Toscano, que como ele próprio disse “de peito aberto” estar lá para incluir e não excluir, para contribuir e para acrescentar. Fez o que me disseram um discurso agregador, sincero e inteligente. Em segundo lugar, registo com enorme apreço que o meu velho Amigo Carlos Carvalho revelou a mesma postura. Sóbria, digna, cooperante, calma e inteligente. Em terceiro lugar, um nubi, nestas coisas que é o enorme Pedro Marques e a sua proverbial eloquência, manifestando o mesmo propósito agregador procurando apenas o que a todos une e não o que a todos separa, porque a Marinha Grande e os marinhenses encontram-se sempre, mas sempre acima do Partido e dos seus interesses.

A Cristina Simões, com quem pessoalmente não simpatizo há anos e de quem tenho sido bastante critico, fez igualmente um discurso que registo como muito oportuno e claro.

Todas estas intervenções foram extremamente bem recebidas por todos os participantes, com aplausos unânimes, fortes e sinceros.

Concluo, ter este novo PS (com a inclusão de ambas as sensibilidades) dado o primeiro passo para o resto das nossas vidas.

Bom dia Marinha Grande, o teu Partido Socialista Acordou.

Finalmente!       

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