É o que temos. Na nossa praia.

 

“só publicitam merda….festival da sardinha, festival do carapau….nada! Merda …vi logo que os 'media' passavam por cá nesta altura”.

É desta forma como uma comerciante da praia da vieira, concluiu o facto do mar da sua praia estar interdito a banhos por poluição extrema que impede nadar.

Foi neste rio que aprendi a nadar. Foi neste rio que ensinei os meus filhos a fazer o mesmo. Foi neste o mar onde furei as primeiras ondas. Foi igualmente neste sagrado mar que todos os meus fizeram o mesmo. O meu pai, o meu avô, bisavô, eu e os meus filhos. Enfim, … e ... tenho de me confrontar com a frase que transcrevo. Tenho imensa vergonha de dizer quem a proferiu. Nascida e criada na praia da Vieira. Não o digo nem sequer é por pudor, é mesmo por revolta!

Só isto a preocupa. A publicidade negativa! Os factos em si, pouco ou nada parecem interessar. O negociozinho dos apartamentos e outros é que podem ficar prejudicados com a publica notícia.

Como se pode fazer alguma coisa com gente assim? Que, de resto representa e bem a esmagadora maioria dos nados e criados na minha praia.

As análises das águas melhoraram em 24 horas. Já se podem furar umas onditas novamente. Tudo resolvido. Venha a festa do ‘Neon Run’. Rir, pular e agitar uns balões coloridos ao som de uma música qualquer e passar por diversas ruas. Todos contentes, tão preenchidos, tão efusivos. Que coisa tão engraçada!

Ora aí está uma forma ‘divertida’ de enfiar, qual avestruzes, as cabeças debaixo da areia.

Com gente assim, nunca irás longe praia da minha vida!

É por estas e por outras que tenho abraçado outras paragens!

O mar não tem o mesmo iodo, a maresia não tem o mesmo cheiro, as ondas não têm a mesma perigosa corrente, o rio, que também o há, está a anos luz do meu rio Lis. Aquele rio onde aprendi a nadar e a namorar contigo.

A gente com quem me tenho relacionado ultimamente, nessa terra, nessa praia, nesse mar, são pessoas que os amam, que os defendem, que por eles sofrem, por eles lutam e por eles fazem, como a minha mãe dizia, coitadinha: “a rainha de todas as praias”.

Nós por cá temos a frase que transcrevo supra.