A Pergunta Sem Resposta.

 


José Miguel Júdice, no seu comentário político semanal na SIC tem uma rúbrica com um nome engraçado: ‘A Pergunta Sem Resposta’.

Inspirei-me neste curioso título, deste não menos curioso comentadeiro televisivo, que há 50 anos louvava Salazar em grupos da extrema direita de Coimbra.

O tempo ‘amansou’ esta personagem.

Ganhou dinheiro e prestígio, sem nunca ter sido rigorosamente ninguém na vida política da chamada direita. Os anos, por vezes ajudam a civilizar certas bestas do passado. Essa é que é essa!

Mas dizia eu, inspirei-me na rúbrica, ‘pergunta sem resposta’, para neste mês da graça de Deus de Julho de 2024, até ao mês das próximas eleições autárquicas de Setembro/Outubro do próximo ano ir fazendo uma pergunta ao ainda executivo em funções.

Isto vai dar direito apenas a umas 15 perguntazitas da treta.

Se alguém, mesmo anonimamente, ou utilizando nicknames originais e desconhecidos quiser responder, sinta-se em casa.

Este blog é uma casa aberta.

Serão perguntas que me têm inquietado, não só pela sua pertinência, mas também pela evidência de absoluta irresponsabilidade governativa desta gente que nos tem alegremente tentado convencer que têm feito alguma coisa de jeito.

Lá vão esbanjando dinheiros públicos, sem qualquer estratégia, pensamento critico, humildade e, já agora, verdade argumentativa e alguma inteligência.

Pergunta do mês de Julho de 2024:

Espantado fiquei, quando ouvi a Senhora Vereadora Ana Monteiro, usar uma palavra que desconhecia existir e que utiliza abundantemente.

‘Internalização’.

Era desta forma pretensiosa e absolutamente ridícula que pretendia referir-se a tão nefasta empresa municipal de transportes a que presidiu 'simpaticamente' - advérbio a que adora recorrer quando pretende agredir alguma Vereadora da CDU que a enfrente em reuniões do "Órgão" - até despedir sem motivo nem razão plausível a Drª Fátima Cardoso.

Curioso despedimento que nem teve direito a que os mais básicos direitos conferidos a qualquer trabalhador fossem pagos, como é de lei. Férias, subsídios de férias, etc. 

'Merdices'. 

Foi despedida após 10 anos de trabalho por e cito: ‘incompetência’.

Isto, apesar de o número de transportes ter passado de 70.000/ano para quase meio milhão/ano.

A ‘internalização’ da empresa municipal justifica-se, na ótica desta gente, pela poupança de meios financeiros acabando com uma empresa municipal, transferindo o serviço para dentro da estrutura da Câmara, que como toda a gente sabe é lesta e eficaz na resolução de problemas.

Por exemplo, se um autocarro tiver que mudar de pneus, a TUMG, no mesmo dia, resolve o problema e os pneus estão comprados, instalados e pagos. Se a ‘internalização’ da empresa estivesse em vigor, o mesmo problema poderia arrastar-se por dias ou semanas, com papeis para aqui, papeis para ali. Assinaturas para aqui, autorizações para acolá. E, com quase toda a certeza por um preço mais elevado.

Uma Assembleia Municipal houve em que o grande empresário Aurélio Ferreira que atualmente dirige os destinos do município disse para quem o quis ouvir que se estava a pensar recorrer ao serviço de táxis ‘a pedido’, nesta e naquela linha porque talvez fosse mais barato, do que passarem minibus às mesmas horas, nas mesmas linhas, continuamente.

Um portento de visão este homem.

Como não quiseram pagar o óbvio e devo estar a falar de umas centenas de euros que a administradora entretanto despedida tinha direito, resolveram contratar a custas da TUMG o escritório de advogados mais caro do país para resolver em tribunal esta ridícula contenda.

O mesmo se passou com a tão falada auditoria financeira para a qual foi contratada a expensas da empresa municipal, uma das 4 maiores auditoras do mundo, que, curiosamente ou talvez não, passados que estão mais de seis meses de auditoria, o resultado da mesma ainda não foi tornado publico. Porque será? A Deloitte deve estar baralhadíssima com tão confusas demonstrações económicas e financeiras, certamente. 

Não sei se sabiam, mas existe uma forma de acabar com uma empresa municipal. Uma forma fácil, incompetente, cobarde e cínica. Resume-se ao acumular de prejuízos líquidos por mais de dois anos sucessivos. Foi o que aconteceu em 2023.

O prejuízo do ano passado é de tal forma ridículo, que por exemplo, se essas despesas faraónicas e completamente desproporcionadas face à dimensão minúscula da TUMG, tivessem recolhido, por exemplo um parecer do Tribunal de Contas ou do Jurista avençado da Câmara, a empresa não tinha registado prejuízos, porque não tinha provisionado absolutamente nada. E tinha confortavelmente apresentado resultados líquidos positivos no ano passado.

Hoje, fiquei agradavelmente surpreendido com a nova imagem gráfica da TUMG. Ora aí está uma prioridade numa empresa em vias de se 'internalizar', como diz a Vereadora. Essa Vereadora sim, 'internalizou-se' democratica e infelizmente na gestão do município. Por vezes penso, como é possível que uma 'Técnica de Ação Social' não tenha consciência social de qualquer espécie. Estranha dúvida a minha. Sinistra personagem aquela.

Pergunta:

Será que estes senhores julgam mesmo que os marinhenses não sabem o que se está a passar com a sua empresa de transportes urbanos, que é, desde o início das primeiras duas linhas de transporte, ainda no mandato do Presidente Cascalho, um dos maiores sucessos de serviço público, social e escolar em todo o Concelho?

Pois. Se acharem que esta pergunta tem resposta, digam de vossa justiça.

Até Agosto e como diz o Berranha na Vieira: “Saúde e sorte para todos”.

 

Comentários

  1. Não és só tu que estás inquietado,estamos quase todos.
    Empresário não, patrão e reles,com o dinheiro dos outros também era um grande Homem,conheço-os como as palmas das minhas mãos ,vivem á custa dos fornecedores,assim se viu o fim da sua empresa.
    O resultado da Deloitte não foi ainda apresentado, porque não faz auditorias "å la carte" ė uma empresa que tem nome a defender e que têm respeito pelos seus auditores.
    E a internalizada,Técnica de Acção Social,que deixe de estar internalizada,saia do gabinete e veja as misérias e aflições de pessoas necessitadas,mesmo as que trabalham,já são nomeadamente 500 famílias na Marinha Grande,que se encontram á espera de habitação social,quando o município dispõe de 70 casas com cuja disponibilidade depende de pequenas reparações nos apartamentos,no montante global de 150 mil euros do orçamento Municipal. Cumpre transmitir,que desde que este executivo tomou posse,nunca foi considerado esse investimento social, a pesar de ambos os partidos na oposição todos os anos solicitarem esse investimento,que nunca foi prioridade nos orçamentos apresentados.
    Os Marinhenses deparam-se com um executivo mais å direita que o governo de Passos Coelho,sem qualquer sensibilidade social e, mais festas e festança e fotografias no Facebook,

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