A Nazaré já tem Internet.
Sempre que posso faço questão de assistir a todas as reuniões
dos ‘órgãos’ da Marinha Grande. E desta vez, mesmo na Nazaré, também fiz questão
de cumprir esse hábito. Tem sido um enorme prazer ouvir música com elevada
nitidez. Nem sempre pela qualidade das partituras, mas sim pela qualidade do
som que vai saindo daqueles sublimes ‘órgãos’ de tubos que agora existem
no município.
A reunião do executivo da passada segunda feira, 22 de julho,
teve os ‘jogos florais’ do costume, as perguntinhas da treta, também elas do
costume, uma intervenção do vereador Brito, que me escuso de transcrever,
atendendo ao português grotesco utilizado, já para não falar da ‘pertinência’
dos conteúdos invocados em tão sublime e eloquente intervenção, teve, como sempre tem quando o radialista Orlando Jóia se
transforma em vereador e vai ler as notícias desportivas com aquele ‘sotaque’
de locutor de Rádio pirata, teve ainda o tenente Coronel Fragoso que até parecia ter voltado a
ter pelouros tantos e tantos foram os elogios ao executivo em funções. Pode ser
que se avizinhe uma candidatura pelo MpM a Presidente da Junta da Vieira no
horizonte, quem sabe? Por acaso até gostava! A Vereadora Baridó, apresentou uma performance que reporto de muito
positiva, logo eu que nunca apreciei a sua conduta política, por isso mesmo sou
completamente insuspeito neste elogio, e, teve ainda, a intervenção da
Vereadora Alexandra Dengucho com a réplica da também Vereadora e
Vice-Presidente Ana Monteiro.
Nem menciono a postura do Presidente Aurélio, porque estou com nenhuma paciência para comentar mediocridades, mentiras pífias, folhas de excel, no que à Vieira concerne, carregadas de mentiras e demagogias baratas, para enganar tolos. Que ainda os há e, em tanta abundância nesta terra de Deus Nosso Senhor! Mormente na praia da Vieira com aquela espécie de "muralha de aço" que se constituiu recentemente sob os superiores propósitos da defesa dos seus interesses coletivos. Tanta e tanta gente boa que por lá pontifica, com as mais generosas intenções que ainda não entendeu estar dentro de um covil de "metes nojo".
Adiante.
Aconteceram, no entanto, momentos de alguma gravidade nessa inesquecível reunião do 'órgão' executivo.
Bastante gravidade mesmo, que importa não deixar passar em claro!
Concentremo-nos na intervenção da Vereadora Alexandra no que
respeitou apenas a todas as mais que legitimas dúvidas acerca da contratação da
‘dupla maravilha’ para a cultura. Aqueles a que apelido dos ‘Dupond &
Dupond’ da cultura municipal.
Pois bem, a Vereadora da CDU, elencou detalhadamente um
conjunto de dúvidas legítimas acerca da contratação destas duas estrelas flamejantes do
universo da programação cultural do Teatro Stephens. Solicitou diversos documentos que se parte do
princípio existirem em arquivo. A nada a Vereadora com esse pelouro respondeu.
Limitou-se a um papel de vitimização, quase chorando, não admitindo que ninguém
pusesse em causa a sua seriedade.
Repito, a nada respondeu!
Choramingou-se apenas, qual virgem ofendida, quando a
respetiva virgindade é colocada em questão!
A política, no seu sentido mais nobre, nunca deverá ser praticada com estados de alma. E, se tais graves dúvidas foram colocadas na mesa, o que deve restar, como única atitude possível é a apresentação detalhada de todos os documentos solicitados e, à semelhança do que ocorreu em 2016 quando o atual Presidente Aurélio Ferreira, então Vereador, colocou sem qualquer cerimónia nem indícios válidos, a forma mais ou menos séria com que foram realizadas três obras públicas, a saber:
"Já no que tange ao vereador Aurélio Pedro Monteiro
Ferreira, temos um depoimento que, pese embora factualmente mais concretizado,
não permite, per se, concluir pela prática dos ilícitos em análise,
alicerçando-se igualmente em suspeitas que lhe advieram da consulta de
processos de adjudicação levados a cabo pela CMMG.
Assim, Aurélio Ferreira afirmou terem sido três as
obras camarárias que lhe suscitaram preocupação, expressa na aludida reunião
camarária, a saber, a referente à obra de "Reparação e Manutenção do piso
desportivo do Pavilhão Nery Capucho", a referente à obra de
"colocação de sintéctico junto à Ribeira das Bernardas" e a referente
à "Requalificação do pavilhão do Parque Municipal de Exposições
(PME)".
.../...
"Em suma, temos que não resultou cabalmente indiciada
a prática do crime de corrupção, ou de qualquer outro, inexistindo diligência
útil a realizar.
Pelo exposto, determina-se o arquivamento dos autos, nos termos do disposto no artigo 277. 0, n. 0 2, do Código de Processo Penal.".
o que fez então Paulo Vicente enquanto Presidente de Câmara?
Não se choramingou nem invocou que não admitia isto ou aquilo. Participou ao Ministério Público para que fosse iniciada a investigação de todas as insinuações proferidas por ambos os vereadores, cuja conclusão transcrevo supra.
Cumpre, neste aspeto, fazer menção que quando os dois vereadores ‘desconfiados’ Aurélio Ferreira e o inefável Carlos Logrado, aquando instados em sede de interrogatório pela Polícia Judiciária, acerca das suas suspeitas, invocaram 'corajosamente' que nunca tinham desconfiado da seriedade de ninguém: “são coisas que se dizem no calor de uma discussão normal numa reunião de Câmara”.
Esse processo foi
arquivado.
"Quem não deve, não teme".
A pergunta é legítima: Porque Ana Monteiro, em vez de se escandalizar com o escandalizável, não chama o Ministério Público e entrega toda a documentação acerca do processo de contratação dos Duponds levantado pela Exmª Senhora Vereadora Alexandra Dengucho que no âmbito da sua obrigação fiscalizadora da atividade do executivo em funções muito oportunamente colocou em causa?
Tem medo? Pensa que se encontra acima de qualquer escrutínio ou investigação ou simplesmente mais não é que uma miúda mimada que se julga acima da lei? E do direito democrático do exercício de oposição, por quem democraticamente se encontra mandatada pelo voto democrático e popular?
Pois, fica a dúvida. E permanece a imensa tristeza de sermos governados por tão fraca gente!
Tão fraca gente!
E, sim há muito a investigar acerca da forma de contratação dos irmãos ‘Dupond & Dupond’, quer a Vice-Presidente queira, quer não!
Assim como há muito para dizer acerca da forma, completamente
desonesta e consequentemente mentirosa e plena de falácias graves com que o Teatro Stephens foi incluído na rede nacional de Teatros.
Mas, tudo a seu tempo.
A Cultura na Marinha Grande, que eles dizem estar pujante
como nunca.
Um dia veremos e mediremos essa pujança, competência e visão,
mormente da sua contratada Chefe de Divisão e da dupla maravilha que gere as
atividades do nosso teatro.
Há, infelizmente muito a dizer sobre todas estas coisas. Assim haja ouvidos para as ouvir e cabeças para as tentar entender.
Mas, como dizia a minha mãe: "atrás de tempo, tempo vem". E esse tempo chegará. Mais tarde ou mais cedo!
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