O Problema é mesmo a Verdade.

 


 Atualmente, muitos são os ‘ópios do povo’!

No sentido marxista do termo.

Lembram-se daquela maravilhosa frase que pretendia resumir todo um conceito de vida (como todas as ‘máximas’ tentam definir), pós Revolução de outubro de 1917 na Rússia?

Muita coisa se passou nos últimos 127 anos na Europa, desde essa interessante forma de pensar, cultivada ou 'imposta' pelos senhores (agora chamados de oligarcas) do leste europeu. Os senhores da verdade absoluta. Como tantos e tantos outros foram e têm sido noutras latitudes, alguns até de sinal contrário que as dos velhos protagonistas dos planos ‘quinquenais’.

Como em qualquer ditadura, dos anos 30 e 40 do sec. XX, a existência de Deus foi sempre uma espécie de ‘engulho’ porque poderia justificar tudo o que o partido poderia fazer 'com mais propriedade', substituindo-a. Evidentemente.

Nada contra.

Defendo o mesmo e o seu contrário. Porque nestas coisas de Deus ou deuses, cada qual é como deve achar que deve ser. Ou seja, tudo é aceitável. O mesmo e o seu contrário. O que, em boa verdade, não obriga a que ninguém imponha o seu pensamento seja a quem for.

Aí sim, … estamos em presença de uma linha vermelha! Qualquer espécie de imposição é sempre absolutamente intolerável. Em qualquer circunstância. Desde que viole a nossa mais sagrada forma de ser, de estar ou de pensar. Entre outras minudências.

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Finda a primeira e segunda grandes guerras, o conceito de Deus, recomeça, paulatinamente a ganhar outra importância e a fazer parte das pessoas novamente. Pelo menos, o pessoal deixou de sentir ‘medo’ ou ‘vergonha’ de professar fosse que religião fosse por essa Europa fora.

É sempre interessante observar os eternos perseguidos da história: os Judeus, os Negros, as  Bruxas, os Maçons, os Espíritas, ao Comunistas e/ou Fascistas (consoante as longitudes – porque uns perseguiram os outros e vice-versa), os índios, os muçulmanos, entre tantas e tantas raças ou formas de diferentes religiosidades  e maneiras aparentemente díspares de viver ou encarar a vida. O mais interessante em todas estas 'contendas', para ser suave, tiveram a ver com Deus, com Misericórdia, com Amor, com Dignidade, entre tantas e tantas formas 'superiores' de encarar a vida. Quase toda esta 'tresmalhada' gente sonha com a decência de comportamentos da maioria.

No entanto, há séculos que se matam e odeiam de uma forma incompreensível uns aos outros!

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Por esta altura, nesta europa multifacetada, multicultural e em consequência plurirreligiosa, poderíamos pensar que tudo se encontra equilibrado.

A grande Europa dos direitos sociais, do humanismo, da liberdade religiosa e da livre opinião a tudo se sobrepõe?

Só que não. Não é assim!

Sopram novamente os ventos da intolerância. Vindos como sempre vêm, dos mesmos azimutes. Oriundos das 'zonas' dos ‘semideuses’, dos ‘virtuosos’, dos 'incontestáveis', dos aparentemente invencíveis apenas pela sua incomparável força económica, estritamente racional e fria utilizada sempre como argumento principal, pleno de permanente recurso à retórica e à imbecilidade dos dias que passam e de todos os que neles vivem ou se refugiam como se de uma ‘alcateia’ própria se tratassem todos eles. Típica forma de estar dos cobardes.

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Nunca assistimos a qualquer eleição europeia tão determinante para o nosso futuro como esta.

Não falo de ‘Alhos’, nem ‘Bugalhos’ nem ‘Temidas’ ou ‘Destemidas’, nem nada dessas domésticas contendas e mediocridades apenas próprias dos nossos tempos e da mediania de quem os vai protagonizando; escrevo porque pela primeira vez na vida estou verdadeiramente preocupado com o resultado final de tudo isto. 

Em termos europeus obviamente.

No entanto, face ao que se passa na Europa dita civilizada que não se pode ‘desgarrar’ da guerra que ocorre na Ucrânia, em Gaza, e no xadrez global com uma China prestes a invadir Taiwan, um futuro presidente dos EUA completamente louco, que a ser eleito tudo condicionará. Ganhe quem ganhar por esses lados, temos um velho perigosíssimo totalmente ressabiado ou outro velho decrépito nas mãos de uma enorme ‘entourage’ que lhe permitiu, ainda assim, concorrer, para continuar a exercer total influência em todos os seus passos.

Essa verdade é omitida à turba pelos senhores da guerra, dos interesses, da dita ‘alta política’ e da ‘geoestratégia’, só que o verdadeiro problema não reside no encobrimento de todas essas verdades; o verdadeiro problema é que ninguém quer verdadeiramente saber o que se passa.

E, lá está, tudo (e é muito) serve para alimentar distrações convenientes, porque cobardes, egoístas e medíocres.

Só não discute a verdade dos factos e de todas estas infelizes circunstâncias quem não quer.

É mais cómodo ficar a beber umas imperiais a discutir as contratações do Benfica, do SCP ou do Porto. Já que nem as últimas cenas de ‘Alecrim e Manjerona’ ocorridas desde a posse da atual Assembleia da República motivaram os portugueses para uma conversinha de café.

E, desta forma 'lesta e vaporosa', lá irá o ‘Chega’ manter o seu milhão de eleitores nas europeias.

Conhecidos os resultados, tal como agora, não haverá nenhum dos nossos amigos (nem UM) que nessa gente tenha votado (nas palavras dos próprios evidentemente). O costume!

Só que os votos apareceram nas legislativas e … irão continuar a aparecer, porque a verdade não interessa.

Nada.

Por cá, como por lá, por todas essas democracias, pelos EUA, pela Nato, pela China e por quase toda esta desgraçada gente facilmente se conclui que tal como na 'Alegoria da Caverna' de Platão, a realidade é tramada e ... preferimos sempre regressar às sombras dos dias que passam.

Não aprendemos nada. 

Em quase 3.000 anos!

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