As Aventuras de Aurélio, o Pateiro!
Os resultados eleitorais de domingo passado, em boa verdade,
não devem constituir qualquer surpresa, pelo menos para quem acompanha e
participa/ou nestas lides há alguns anos.
A única dúvida residia mesmo em quem teria mais um voto. Se o
Partido Socialista ou a Aliança Democrática. Tirando essa “pequena” incerteza,
tudo o resto era facilmente previsível.
Sou dos que acreditam que a esmagadora maioria do milhão e cem mil portugueses que
votaram no Chega nem são xenófobos, nem fascistas, entre outros “istas” menos
próprios para consumo imediato.
São, na sua esmagadora maioria, portugueses como qualquer um
de nós que estão cansados de assistir e contribuir para a promoção da
mediocridade, da procura de benesses e prebendas, de negócios e privilégios pessoais
ou corporativos que nada têm com o interesse da comunidade e da pólis.
Muitas vezes digo eu, que a política ou o poder só devem ser
exercidos por quem os despreza absolutamente.
Quantos de nós conhecemos, mesmo no nosso distrito e, no
Partido Socialista, por exemplo (porque sei do que falo), de autênticos interesseiros
para quem o bem comum nada lhes diz, nem nunca lhes disse?
Porque só os seus interesses pessoais os movem! Que carreira e que vida teriam tido sem estarem há dezenas de anos encostados a um partido político,
socorrendo-se da inveja, da calúnia, da mediocridade e da ambição desmedida,
pisando quem tiveram de pisar para se ‘chegar à frente’?
Até nas últimas listas distritais do PS isso se verificou. E
de uma forma escandalosa! Basta atentar na lista a sufrágio e na ‘curiosa’ e inédita forma
de a terem aprovado em sede própria. Coisa nunca antes vista desde 1976. Foi
necessário ter aparecido um ‘peixe vulgar apanhado na Nazaré’ (atenção: peixe vulgar
e insípido - nada de robalos, corvinas, tamboril ou mesmo uma boa raia), para
ter acontecido na Federação Distrital de Leiria do PS, o que infelizmente
aconteceu.
E, lá vai ele agora a nadar em águas calmas para Lisboa para entrar
no grande ‘auditório’ da democracia sem uma ideia na cabeça, deixando os deves
muito superiores que todos os haveres na terra que apesar dos seus 700 anos de
vida, ele gosta de apregoar ter posto no mapa. Não foi a 'onda', não foi o Mc Namara, foi mesmo ele, o peixe insípido!
Como querem que um demagogo competente, como André Ventura
não tenha sabido, após 5 anos, galvanizar todos os descontentamentos, depois dos dois partidos do chamado ‘arco da governação’, nos últimos 20 anos terem procedido
como procederam?
Eis que é chegada a hora dos demagogos!
Importa, no entanto, salientar algumas evidentes semelhanças
com o que infelizmente se vem passando dentro das nossas portas.
No concelho da MG, existiu e existe um contexto semelhante,
que culminou num caldo de incompetência, mentiras, traições e hipocrisias que
permitiram ao ‘nosso’ Andrezinho Ventura de trazer por casa ser presidente do
município da Marinha Grande.
O mandato autárquico em curso poderia inspirar um livro. Com
personagens riquíssimas, algumas mesmo completamente surreais de tão estranhas
e ridículas porque impensáveis. Com histórias de amor e paixão indescritíveis.
Porque avassaladoras e como se verá com o tempo, também efémeras. Com ratos a
saltar do navio. Com escravos no porão. Com arautos da mediocridade no areópago
municipal, com muitas putas do sistema a preços de saldo. Com zombies que
teimam em pensar que se encontram vivos e aparecem onde ninguém os espera numa
tentativa de assustar quem ainda não morreu. Com velhos decrépitos e sempre
arrogantes a proclamar as mesmas coisas que pensam ter feito sozinhos no século
passado, e, evidentemente, com um exército de ‘jovens turcos’ que tudo
conseguem sacrificar para atingir um lugar no pódio. Enfim, é todo um jardim
zoológico de personagens que bem descritas se poderiam transformar em desenhos
inesquecíveis, de qualquer aventura de banda desenhada. E tal como nas
aventuras de "Astérix, o gaulês" onde só coabitam romanos e gauleses, nestas
aventuras seriam necessários apenas socialistas e Mpmistas.
Há de tudo, neste concelho.
(continua).
Comentários
Enviar um comentário