Geminação praia da Vieira / praia do Pedrogão.
Ao longe, a
mancha azul do mar sobressai, em baixo.
No
horizonte, uma casca de noz ruma ao nunca, na fútil esperança de conseguir.
Sabe-se lá o
quê…
Talvez a
tangência de perceber
o formigar de homens e esforços, mulheres e sentires, dores avulso, capazes de
virar o mundo na procura.
Vá-se lá
saber…
Talvez o
vigor do azul do mar,
quando não se tinge de verde ou de espuma, na força dos homens que,
teimosamente, casualmente, sem consciência e só por sobrevivência, se desnudam
de nojos e de medos…
Talvez a
fome, talvez a vergonha
de não conseguir; talvez o sopro da existência em cada um…
…Talvez!
Talvez o
brio de vencer o terror
do inimigo imediato, que, de braço dado, ainda com a pusilânime sensação de não
tentar.
Praia de Pedrogão, 5 de Outubro de
2005
Camilo Fialho Barata
Existe
um já vasto grupo de ex-veraneantes de Leiria que faziam férias nas praias do
Pedrogão e da Vieira, organizando torneios de voleibol em ambas as praias.
Velhos amigos, que fazem alguns almoços/tertúlias bem interessantes.
Fui "iniciado" nestas andanças hoje pelo meu querido Alfredo João.
Bela
tarde, sem qualquer dúvida. E, por quatro motivos. Era o mais novo à mesa
(coisa que não me acontecia há anos), pela palestra apresentada por um
professor convidado da Universidade de Aveiro. Pelas pessoas.
E,
pela evocação do Camilo, através deste enorme poema que escreveu.
Quando
estamos em presença de grupos, justos e perfeitos, sem qualquer outro interesse
que não a partilha generosa do tempo, sentimos que a
vida vale a pena, porque ainda há gente de bem. Interessante, culta, com
memória e que à volta da mesma mesa, pretende apenas a companhia, envoltos
em memórias de outros verões, mas sempre com os olhos postos no futuro.
Obrigado
por me terem deixado participar da vossa alegria.
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