Geração Woke.

 


“Instruir é Construir”, monumental frase da autoria do Padre António Vieira.

Este é, felizmente, o eterno lema da nossa Biblioteca de Instrução Popular. Sendo importante destacar, para memória futura que o binómio ‘instrução popular’ tem a sua origem na Maçonaria do Grande Oriente Lusitano, como se verificou em todas e foram inúmeras as chamadas ‘para maçónicas’ fundadas naqueles tempos. Sendo de mencionar que algumas, ainda existem.

Digo isto, porque, novamente se atravessam muitos e injustos preconceitos acerca da Maçonaria e dos Maçons, sobretudo depois deste Papa ter contribuído para a excomunhão de todos os Maçons católicos, como, de resto, é e sempre foi o meu caso.

Constato esta realidade com profunda mágoa, apesar de ter a perfeita consciência que nenhum maçon católico que conheça dê qualquer importância a esta nova realidade.

Não desejo reentrar por aí. Já escrevi tudo o que tinha de deixar escrito acerca dessa infeliz e injusta atitude da Santa Madre Igreja Católica Apostólica Romana.

Não tenho, acerca deste tema, rigorosamente mais nada a acrescentar.

Tenho, isso sim, outras preocupações e, porque não dizer, indignações acerca dos tempos que vivemos, dominados por uma forma de estar woke, que em boa verdade mais não é que uma maneira total e absolutamente hipócrita de lutar para que ninguém se sinta melindrado por quaisquer valores ou comportamentos que excluam, que cultivem a diferença aliada a uma forma superior de estar de um lado em detrimento do outro. A cultura woke, promove a pretensa igualdade entre todos os diferentes de uma forma primária de tão radical e até ridícula.

Mas são estes os tempos que vivemos. Apesar de muita e mesmo muita gente ainda não ter dado por isso.

Comecei este texto por transcrever uma frase do Padre António Vieira, que ofereceu, sem alguma vez ter pensado nisso, o lema da nossa grande, antiga e cheia de mistérios curiosos, como a escolha do seu lema, a Biblioteca de Instrução Popular.

Os seus fundadores, apesar da pouca instrução obtida apenas com a instrução primária, sabiam escolher quem deveriam ler.

Neste caso, optaram apenas pelo melhor de entre os melhores escritores de língua portuguesa do seu tempo.

Se me refiro a este episódio, é porque esta semana a escultura deste Português, oferecida pela cidade de Lisboa à cidade do Rio de Janeiro e que sempre esteve colocada na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, foi recentemente retirada, pelos praticantes desta espécie de cultura contemporânea que deseja apagar a história, como se alguma história não tivesse sequer existido.

Neste caso, foi, como noutros, porque o Padre António Vieira simbolizava o apoio a uma sociedade esclavagista.

Até na justificação foram infelizes, os nossos ‘irmãos’ brasileiros.

Poderiam ter escolhido tantos portugueses ‘esclavagistas’, mas não, o Padre António Vieira servia-os perfeitamente.

Ignorantes, injustos, preconceituosos e infames.

Não irei descrever a história deste Padre português, que nos orgulhará sempre, mas mesmo sempre de ter escrito e falado na nossa língua. De ter defendido, judeus, indígenas, negros e tantos e tantos outros povos pertencentes a minorias perseguidas até pela Santa Madre Igreja da qual sempre fez parte.

Só pergunto, o que está Carlos Moedas à espera para perguntar ao Perfeito do Rio de Janeiro, “Não querem o que vos oferecemos, então devolvam”.

Eu acrescentaria a palavra: “… então devolvam, incultos de merda!”.


Comentários

Mensagens populares