A Debandada.
Assim que tomaram posse, desenharam com toda a legitimidade, a nova estrutura da Câmara Municipal.
Tal como na constituição dos gabinetes, pensei e continuo a
pensar, que cada novo executivo tem por obrigação rodear-se técnica e
politicamente por quem lhe confere lealdade e profissionalismo.
Apesar do exagero na criação de novas divisões com o
consequente aumento exponencial das despesas correntes do município, achei que
era um risco calculado, tal como todas as boas praticas de gestão determinam.
Tal não se verificou. Foi e tem sido um “fartar vilanagem”
com dinheiros públicos, como se constata pela diminuição progressiva da
qualidade dos serviços prestados pelo município, que acaba de apresentar um
orçamento com apenas 20% das despesas afetas ao investimento, porque os
restantes 80% encontram-se totalmente distribuídos em despesas correntes
(ordenados incluídos).
Montaram uma estrutura colossal e ineficiente.
É uma escolha. E, como todas as escolhas, com as consequentes
implicações na gestão do dia a dia do município.
Encontramo-nos a 21 meses das próximas eleições autárquicas.
Já ultrapassamos metade do mandato. O que aconteceu, entretanto, com a megaestrutura
da Câmara?
A Chefe da Divisão Financeira, que se encontra nessas funções
há mais de vinte anos pediu demissão do cargo o que foi aceite imediatamente.
O Chefe da Divisão Jurídica vai sair a seu pedido. O Chefe
dos Arquitetos saiu a seu pedido. A Chefe da Divisão da Saúde saiu a seu
pedido. O Chefe da Divisão Informática saiu a seu pedido. O Chefe da
Contratação Pública saiu a seu pedido.
Todo o “edifício” hierárquico da Câmara está a ruir, como se
pode constatar.
O que fazem os eleitos?
Assobiam pró lado e mandam escrever na praça pública, isto é
no pasquim da MG que a equipa +MpM está “perfeitamente oleada”.
Tudo isto me faz lembrar que quando Roma estava a arder, Nero
tocava lira e compunha poesia na varanda do Palácio Imperial.
Todos sabemos como acabou esse imperador.
Com as devidas distâncias nos procedimentos, todos sabemos
como irá terminar este mandato.
Não votei +MpM. Nunca me identifiquei com esta forma
absolutamente irresponsável de gestão e falta de planeamento deste executivo,
mas, como marinhense, não posso deixar de lamentar profundamente que se tenham
desaproveitado mais quatro anos na senda do desenvolvimento desejado e há muito
merecido.
É triste vivermos num Concelho bipolar. Tecnológica e economicamente
num patamar de absoluta excelência, contraposto por todo um vasto conjunto de
políticos sem visão, sem prestígio, sem rasgo e sem vontade.
A mediocridade absoluta.
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