Traições.

 


Ninguém trai ninguém, se se ficar pela franqueza, pela revolta, pelo autêntico sofrimento ou simples perca de esperança.

Um homem, só trai outro homem se se estiver a trair a si próprio e aos valores que sempre disse perseguir.

Conheço o Álvaro Cardoso há quase 30 anos.

Tenho sobre ele a melhor das impressões. Sempre tive.

Honesto como muito poucos, competente e honrado. Tem outra característica e já tive diversas ocasiões de lhe expressar que não sei, em boa verdade, tratar-se de uma virtude ou de um defeito. E nisso, e também já o disse por diversas vezes, faz-me lembrar o meu pai. É um homem, essencialmente de consensos e de uma paciência, muito, mas mesmo muito para além do normal e do desejado.

Foi traído pelo executivo anterior e está, passados que são ‘apenas’ dois anos a ser utilizado, com o pior que esta palavra significa, por esta espécie de presidente/modelo fotográfico onde se destaca um ego anormalmente dilatado e uso recorrente à mentira, ao achincalho, sem qualquer projeto digno desse nome para o concelho, que parece tentar representar. Nunca teve um programa. Ou uma simples amostra do mesmo.

O estranho e bastante infeliz caso das ruas da Vieira, que já se encontra no anedotário dos presidentes de Juntas próximas da minha freguesia, é absolutamente indescritível!

Fiquei profundamente chocado com a falta de atitude da minha Junta de Freguesia.

Mais uma vez o fotografado presidente, se lembrou de um expediente de última hora, apenas com o intuito de atrasar, atrasar e dilatar no tempo uma decisão que já tarda.

Inventou uma engenheira para fazer um relatório sobre o estado das ruas que se pretendem reparar na Vieira.

Como ninguém anda a fazer buracos, esta engenheira deve andar cuidadosamente a olhar para o alcatrão, por forma a produzir o tão desejado e imprescindível relatório onde se constatará que não se justifica o arranjo das ruas, sem que seja feita uma substituição das infraestruturas que se encontram no subsolo. E, lá está, virá o inenarrável Aurélio dizer que sempre teve razão e caso não fosse a sua insistência em adiar a obra seria um desbaratar de dinheiros públicos.

Como a Chico-espertice é sempre, a par da ignorância, tão atrevida!

Conheço e conheci muito poucos homens livres. Porque, a maioria estão agarrados a diversos compromissos, dependem de muita gente e/ou acalentam sonhos que os impedem de ser autênticos!

Recebi uma estranha mensagem a censurar a minha atitude com um texto onde fui, reconheço, bastante duro com pessoas que estimo, mas cuja recente opção me desgosta e com a qual não concordo em absoluto.

O remetente da mensagem é uma pessoa com agenda própria, acalenta ser autarca com elevadas responsabilidades. O meu texto incomodava todas essas pretensões.

Ainda hoje não percebi porque tanta gente lê o que escrevo e, até comentários (já por duas vezes) foram feitos sobre este blog em plena Assembleia Municipal.

Quando a franqueza é confundida com má educação, estamos conversados!

A franqueza é a franqueza. Característica bem rara nos homens e quase inexistente nos políticos ou aspirantes a sê-lo.

O politicamente correto abunda nestes tempos. Nestes tristes tempos em que a verdade é confundida com traição. E é confundida por potenciais traidores, tal como na peça de teatro “Júlio César” de Shakespeare, quando César olha para o último que o esfaqueia pelas costas e diz: “até tu, Brutos?”.

Pois é, muitos Brutos existem neste palco.

O meu problema é que os conheço a todos, um por um!

Em regra, são os politicamente corretos desta triste vida.

Porque só esses dizem o que lhes convém seja dito.

Nunca fiz parte desse grupo!

E o Álvaro com toda a sua proverbial paciência, também não.

É por isso que não entendo o que se está a passar.


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