Brindes e dias de Aniversário!
Desde que me
conheço como gente sempre assisti e participei em brindes.
De quase todos,
quando era miúdo, sem conhecer os seus simples significados. Até porque, em
minha casa, misturavam sempre diversos sentidos a todos os brindes ao mesmo
tempo.
Sempre, na noite de
31 de dezembro para o outro ano. Essa era a única ‘passagem sagrada’ para os
Teodósios. Passagem para o outro lado da esperança. Talvez fosse essa ‘a nossa
Páscoa’. A forma como, desde o meu avô António (que inventou e alimentou sempre
este conceito de celebração dentro da família), todos nós encontrávamos e vivíamos o momento
desse ‘Tempo de Passagem’.
Os brindes
proferidos talvez por influência do meu avô, que os fazia no seu café no tempo
da ditadura e, nessa mesma noite, eram e ainda são os mesmos, pelo menos para
nós, que os continuamos ainda a fazer.
À Liberdade, à
Democracia e, claro, à República.
Ainda hoje faço
esses brindes com os meus filhos. Nem que seja por sms. Até vou achando alguma
graça quando alguns deles, ou mesmo todos, não estão comigo na passagem de ano
e conseguem, uns primeiros que os outros, antecipar-se no envio da mensagem
sagrada: “Viva a República!”
Divisa de muita
gente mas, na nossa família, divisa sagrada de mais de cem anos!
Toda a gente sabe
que sou maçon. Sempre serei até ao dia da minha morte!
Digo isto porque
todos os Maçons do mundo têm uma relação bastante profícua com a ‘arte’ de
brindar após um jantar ou um almoço. Essa monumental série de brindes tem
sempre o mesmo princípio. Sendo que o primeiro brinde é à República e o segundo
“ao Presidente da República, seja ele qual for”.
Os restantes
brindes não são para aqui chamados. Direi apenas que são alguns… dentro da
mesma senda!
Porque nesses
momentos de confraternização, celebra-se sempre a vontade e alegria de estarmos
uns com os outros em franca e fraterna convivência e cumplicidade, umas vezes
apenas nós, já outras acompanhados pelas nossas famílias e amigos íntimos.
Escrevo estas
coisas talvez porque pertenço a uma Loja singular. Pequena, sem pretensões nem
agendas, nem intrigas típicas de grupos com hierarquias definidas.
Pertenço a uma Loja
simples.
Composta por gente
simples e totalmente comprometida com a simbólica maçónica, com os seus rituais
milenares, com a fraternidade absoluta entre os seus membros.
É e tem sido este o
meu refúgio. É ali que me encontro, que sou feliz, porque acredito que a Humanidade
não se perdeu.
Convivo com pessoas
normais, saudáveis e empenhadas em ajudar a construir um mundo melhor.
Haverá alguma coisa
mais gratificante que ‘isto’?
Não me parece.
Que todos os
"Vivas à República" que me foram passados pelos meus e, pelos vistos,
tradicionais formas de celebração em qualquer jantar de maçons, perdurem
sempre. Em nome da Democracia, da Liberdade e obviamente da República e dos
republicanos.
Hoje foi o
aniversário da Loja a que pertenço.
O resumo do dia bem
pode ser descrito desta forma:
“Não
pretendemos nada.
Rigorosamente
nada,
para
além da autenticidade de sermos nós próprios.
Simples,
sem
pretensões,
e
sem
nada que nos misture ou confunda com aquilo que estraga,
deforma
e
constrange,
todos os
Maçons de Boa-Vontade!”
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