A indiferença.
Há sempre um
limite. Até para a ‘conveniente indiferença’.
Refiro-me à
indiferença sabuja e cobarde, porque esconde opinião e a necessária postura,
a
inteligente capacidade de análise de tudo o que nos envolve
quer seja como comunidade, quer
como pequena e antiga freguesia com múltiplas carências mas que
evidencia características
únicas de futuro.
Somos antigos de séculos. Temos uma história interessante, possuímos riquezas
naturais plenas de potencialidades, somos como simples freguesia muito maiores em área absoluta que
muitos municípios portugueses. No entanto, tudo nos vai indicando que fomos parando no tempo, de
uma forma espantosa, como um carro que seguia a 220 Km/h e,
inesperadamente acaba o
combustível. O carro continua a andar, mais umas centenas de
metros a uma velocidade cada
vez menor e menor até parar completamente. Foi exatamente isso que nos aconteceu na Vieira.
Um ‘satélite’ da Marinha como muitos marinhenses gostam de nos apelidar. Triste e provinciana forma
de olhar para nós, de se referirem a nós.
Sejamos sérios. Com o terminus do terceiro mandato concelhio encabeçado
por Álvaro Órfão, tudo
parou. E o tudo a que me refiro é mesmo em termos
concelhios. O que foi feito depois (e foi
muito, diga-se) vinha planeado de trás.
Quem disser o contrário mente.
Nos últimos 6 anos tornou-se evidente a navegação à vista dos dois executivos camarários (o actual e o
anterior). Sem projeto, sem desígnio, sem propósito, sem qualquer inteligente e ponderada forma de
pensar uma comunidade com cerca de 30.000 pessoas, com potencialidades turísticas, industriais e
comerciais raras.
Por esta altura, mais não somos que uma espécie de concelho
apático, governado por gente de
carácter discutível, agarrados a uma forma de comunicar mentirosa, oportunista e falsa.
Bem sei que muitas vezes pareço azedo em quase todas as
formas que insisto em escrever.
Talvez pareça.
Mas, nem sou, nem estou. Azedo.
Nunca fui um tipo intolerante. Não tenho a mania que a razão
me acompanha sempre. Tantas
são as vezes em que erro. E continuarei sempre a errar, assim Deus me dê vida e saúde para continuar
vivo.
Agora, conviver com gente aparentemente apática, porque mais
conveniente forma de se ser e
de se estar,… isso que ninguém me peça para encaixar. Calado e sem deixar registo do meu enorme
desagrado.
Porque todos os que se calam apesar de possuírem uma opinião sobre o que se passa, repugna-me à
náusea.
Porque a conveniência quase sempre é repugnante porque cínica e totalmente egoísta forma de se estar.
E de se ser, já agora!
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