Kurt Elling.

 


Cheguei agora mesmo a casa.

“Be proud of your fantastic Band”.

Palavras de Kurt Elling, hoje, no Teatro José Lúcio da Silva.

Espetáculo inesquecível. Com a Orquestra de Jazz de Leiria.

Reconheço, sem dificuldade, que sou um tipo que se deslumbra com extrema facilidade e rapidez, com “arrebatamentos”, e exageros disparatados. Com pessoas, com circunstâncias e com a vida, no seu todo.

Sempre fui um gajo exagerado. No bom e no mau sentido. Não me custa reconhecer essa simples evidência.

No entanto, com o andar do tempo, vou ficando ou tentando ficar, cada vez menos assim. Talvez porque me comece a cansar de ter de ouvir com cada vez mais constância esse tipo de “reparos”, vindos sempre da mesma pessoa.

Primeiro chateia-me, depois deixa-me a pensar e quase sempre obriga a render-me a essa simples e óbvia constatação.

Toda esta conversa para dizer, que vou dando por mim, cada vez mais, a viver momentos de felicidade plena, calado e em silêncio.

Quando se tem a sensação única de “tocar” ao de leve no infinito, no absoluto e no transcendente.

A música, tal como outras formas de arte, ou uma conversa, um bom jogo do Benfica e tantas outras pequenas coisas, por vezes, permitem-me atingir e viver esses pequenos e fugazes momentos.

São instantes raros, mas de uma plenitude esmagadora. Sem fim. São segundos ou minutos eternos.

A música tem esse poder sobre mim. Aliás, sempre teve. E o Jazz é uma das “vias” de que mais gosto. Desde que me conheço.

Hoje, foi uma noite dessas.

É nestas alturas, que me sinto impelido a separar o “trigo do joio”, a “mentira da verdade”, a “hipocrisia e o medo, da verdade e da coragem”.

Cheguei a casa, novamente, com a mais absoluta certeza que um nascer e um por do sol, valem tudo por comparação com toda a mesquinhez, mentira e canalhice que teimam em tentar caracterizar a nossa vida.

Felizmente, vou tendo momentos, como os que aconteceram na noite de hoje, que me permitem ter a certeza que a vida não é bem assim.

Porque, quando “tocas”, por pequenos segundos que sejam, no absoluto e no eterno, sabes que a vida tem, porque sempre teve, um propósito sublime.

Basta estar atento aquilo que, de facto, importa.

Grande noite!  


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