Este homem é um animal!

 


Penso que contribuí, dentro das minhas parcas possibilidades, para retirar o Partido Socialista da Marinha Grande do lodo em que se encontrava.

Nunca pedi licença a ninguém, para pensar pela minha cabeça, em rigorosamente nada na minha vida.

Nem profissional, nem familiar, nem em termos associativos e muito menos políticos.

Com “este jeito estúpido de ser” como na canção da Maria Bethânia, nunca passei da “cepa torta”.

E, se querem saber, orgulho-me disso.

Recentemente até tenho sentido alguns “desconfortos” com alguns camaradas, pela forma pouco contida com que expresso os meus diversos “estados de alma” acerca das tristíssimas e recentes ocorrências da nossa politicazinha de trazer por casa, num partido político que é o meu, mas com tanta mesquinhez e hipocrisia breve no seu seio.

Adiante.

Ainda está para nascer quem me iniba de ser como sou.

O que se passou na última reunião de Câmara é por demais grave, para que possamos sequer olhar para o lado!

Nem me irei deter nessa absurda isenção do pagamento de taxas municipais devidas ao Grupo Vidrala (aquele que abruptamente apareceu a apoiar o Rally Vidreiro), com um montante nunca antes visto e, após aquela “atitude” deste executivo de inviabilizar, por falta de apoio municipal suficiente e habitual em anos anteriores, para a realização desse evento e correndo o risco dessa prova “passar” para Alcobaça.

Estimo bem que tudo isso, se f… e que fique no segredo dos deuses com todos os responsáveis autárquicos e ainda com os dirigentes do Automóvel Clube da Marinha Grande.

Sei o que é viver na abundância, como também sei o que é viver na pobreza. 

Com parcos recursos e com o dinheirinho todo contado. Com três filhos menores e cheio de dividas.

Não o digo como se de uma espécie de “medalha” se tratasse. Horríveis 15 anos que passamos todos. Eu e os meus filhos. 

Já passaram.

Digo-o, porque sei, na pele, o que é viver com muitas dificuldades. 

Apesar de quase ninguém acreditar.

Também me borrifo para quem acredita ou não acredita. Estou-me nas tintas para isso.

Enterrei as quatro pessoas mais importantes da minha vida.

Os meus pais e as minhas tias morreram todos durante esse período em que o dinheiro não abundava por estas bandas.

Possuía 4 sepulturas, porque o meu avô António as tinha adquirido há mais de 70 anos. Porque, se essa “simples” circunstância não existisse, seria impossível enterrar todos os meus entes mais queridos em sepulturas perpétuas.

A dor de perder alguém, não tem tamanho ou simples descrição. 

Não tem. 

Porque não tem.

Quando ouvi, porque estava a seguir a reunião de Câmara de segunda-feira, e quando vi a troca de opiniões entre a Vereadora Lara Lino e o nosso Presidente de Câmara, simplesmente não queria acreditar.

E, pela primeira vez, desde que assisto a estes espetáculos, fiquei bastante nervoso.

Bastante mesmo.

Nervoso e incrédulo.

Nessa altura só pensava, depois de ter ouvido aquela inenarrável alusão às compras a fiado no supermercado, por comparação com todas as famílias pobres ou menos pobres a pedirem para pagar as sepulturas a prestações, só pensava:

“este homem sabe o que é perder alguém. Sabe a dor imensa e perene que uma ausência maior significa. Perdeu a esposa, e com quase toda a certeza deve ter perdido os seus pais”.

Quando pela terceira, quarta ou décima vez olhei para o seu semblante, (porque tive de “andar para trás nas filmagens dessa reunião), enquanto falava com a Vereadora Lara, concluí: 

Este homenzito não passa de um animal!

Um animal.

Sem escrúpulos, sem dignidade, sem decência, sem humanidade e sem qualquer sentido de respeito por aqueles, que temporária ou permanentemente mais necessitam da compreensão e solidariedade dos que podem minorar o ou os seu(s) sofrimentos.

E é "isto" que governa a Marinha Grande!


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