As memórias dos outros.
Quem por este blog tem passado, sabe que tenho feito ultimamente algumas limpezas e “passagens a pente fino” a papéis que se encontravam, alguns com dezenas de anos, nesta velha casa onde vivo.
Guardadinhos e bem arrumados quase todos.
Muitas coisas tenho eu visto e lido. Todas elas, memórias
vivas desta casa e da gente que por cá passou.
Tantos têm sido os “escritos” que dispensaria ter lido, assim
como outros houve, que adorei e, naturalmente tento ler aos meus filhos e a alguns
amigos.
Nunca é fácil, depararmo-nos com o passado.
Ainda mais, com um passado que desconhecíamos.
Bilhetes e pequenos discursos.
Resumamos tudo a isto: “papelitos” que cá por casa tenho descoberto.
Quanto aos “bilhetes”, são íntimos demais para partilhar.
Já os “pequenos discursos” da minha tia, por exemplo, de 1976 a 1979, enquanto presidente da Junta de Freguesia, vale bem a pena reler. Até para que se entendam as circunstâncias desse tempo. Para todos os que o viveram e sentem ainda como inesquecível, sendo importante fazer a ressalva, que a palavra inesquecível acarreta o bom e o mau, evidentemente.
Esta coisa do “depois
do 25 de abril de 74 foi tudo bom”, simplesmente NÃO é verdade!
O conceito de democracia e de democrata varia muito. Depende essencialmente de quem o diz e define.
Para uns, indiscutíveis e absolutas verdades, quase semelhantes a certezas incontestáveis e sonhos de anos e anos, também eles indiscutíveis, já para outros, … não foi bem assim. E estou-me a referir a democratas. Velhos democratas. Alguns bem antes do 25 de abril de 1974 e outros, verdadeiros 'produtos' da revolução.
A diferença entre uns e outros é que, acima de tudo, havia e há a primazia do
respeito, do humanismo e da ausência de qualquer dogma.
Para o segundo grupo que mencionei evidentemente.
Porque, no que respeita ao primeiro, o pensamento absoluto, dogmático e totalmente ortodoxo (no mau sentido que esta palavra tem), parece continuar. Por muitos e bons.
Enfim ...
Comentários
Enviar um comentário