Balanços de final de ano.
Como em qualquer fim de ano, o mais
natural é fazerem-se balanços, as inevitáveis promessas a cumprir com o Ano Bom
que se avizinha.
Por exemplo, eu, neste contexto, já
deixei de fumar e de beber álcool umas, trinta e poucas vezes!
E, como todos reconhecem, cumpri
todas.
Com a idade, ou, simplesmente, com o
reconhecimento que todas essas promessas são vãs, deixei de as fazer. Até
parece que pelo simples facto de as ter feito, nunca as realizava. Tipo
maldição a quem promete. Com a melhor das boas vontades, mas com absoluta
leviandade, de quem, no íntimo sabe não as conseguir realizar. Quase nunca.
Fui, desde que me conheço um vulgar
fala barato. Com opiniões acerca de tudo e de nada. Um “tudólogo”, como agora,
para achincalhar, se costuma dizer. Expressão do Sérgio Godinho, para apelidar
os comentadores.
Tornei-me um “comentador” quando me
apercebi que alguns dos textos que publicava na minha página de Facebook eram
lidos, mas a custo, por serem grandes demais, para aquela plataforma de rede de
comunicação virtual.
Foi mais ou menos por essa altura que
resolvi construir um blog que tinha como título a morada da minha casa.
Dessa forma sentia-me mais à vontade
para escrever muito, pouco ou nada. Consoante os temas que me interessavam ou
me despertavam curiosidade.
Como nunca fiz fretes na vida ia
escrevendo ao sabor das minhas emoções. Mas sempre com razão ou sem ela,
escrevi de uma forma autêntica, simplesmente porque o fiz de acordo com o que a
minha consciência ou mero conhecimento de alguns factos me ditavam.
Cometi muitos excessos. Alguns até de
revelar intimidades, que nunca passaram disso mesmo: “intimidades”. Inconfessáveis,
portanto.
Não posso, em boa verdade, dizer que
nunca me tenha arrependido de ter alguma vez escrito este ou aquele texto. Mas,
como diz o povo, o que está escrito, escrito está. E, até hoje não me recordo
de ter ficado a dever um pedido de desculpa a quem fosse.
Todos os meus cerca de 300 textos em
dois anos, versaram sempre sobre pequenas memórias de infância e adolescência,
episódios familiares e opiniões acerca de política local. Direi que quase 95%
de todos eles centraram-se nestas três temáticas.
Alguns (muitos) tristes, outros sensíveis e saudosos, já outros ainda, extremamente contundentes perante pessoas e factos, que
ainda considero desprezíveis.
É assim que eu sou, penso mesmo que
será sempre desta forma que serei. Não me considero nem melhor nem pior que
ninguém. Mas é apenas com esta forma de ser que consigo adormecer em paz e
total tranquilidade.
A ausência de hipocrisia, cinismo breve e da
politicamente correta e oportunista forma de se ser e de se estar, permitem que, como recentemente li a meu respeito, faça criticas imprudentes e “descabeladas”.
Cada um é como é.
Ninguém é melhor que ninguém.
Só que eu convivo mal com a excessiva
prudência de linguagem e inteligente estratégia de se ser e de se estar.
São feitios.
Quanto aos assuntos de política concelhia,
deixo todos eles para quem ocupa lugares de direção partidária e autárquica
quer seja executiva, deliberativa ou fiscalizadora. Todos os eleitos pelo povo
ao povo prestarão contas um dia. Quantos aos eleitos nas estruturas internas
dos partidos, neste caso do meu, têm uma missão a cumprir e, oportunamente prestarão
também eles, contas aos camaradas que neles votaram ou não.
Nos últimos 4 anos, a minha posição
relativamente à governação do município e do Partido Socialista foi pública, o
que até moveu o ex Presidente da Comissão Política Concelhia da Marinha Grande
a mover-me um processo de expulsão. Curioso facto, que ostento no meu
Curriculum partidário. Poucos, salvo o Paulo Vicente, se poderão gabar de tal “condecoração”.
Quanto à falta de qualidade
democrática interna no PS e na gestão autárquica desses tristes 4 anos, tiveram o absoluto apreço do povo do
Concelho, como é sabido.
Apoiei a Fátima, toda a sua equipa e
projeto e, voltaria a fazer tudo igual.
É neles que reside toda a minha
esperança. Neles e no rejuvenescimento dos quadros do PS concelhio. Importa
sublinhar: Gente de méritos profissionais, pessoais e familiares amplamente
reconhecidos e que, … não necessitam da política para nada. Repito, para
rigorosamente nada. A não ser para se prejudicarem apenas, só por acreditarem
nas potencialidades imensas que a terra onde nasceram e vivem, acreditam
possuir.
Com dois anos de blog, com cerca de
300 textos escritos, com quase 45.000 entradas, penso, muito sinceramente
que chegou finalmente uma altura de fazer um balanço sério.
Sobre política local, não vale a pena
ir por aí nunca mais. Ninguém tem necessidade de ler as minhas opiniões para
formar as suas próprias opiniões.
Sobre assuntos do dia a dia, ou mesmo
divagações íntimas, divulgação de pequenas memórias, também, sinceramente não
vejo qualquer razão para manter este blog ativo.
Sempre as posso continuar a escrever
e a fazer como todos os prudentes. Guardar tudo numa gaveta, que um dia um dos
meus filhos abrirá, lerá em diagonal e porá tudo no lixo ou, caso seja mais prudente, queimar, como tudo o que não tem valor algum.
Quanto ao melhor do que consegui partilhar,
pode muito bem ser que um dia veja a luz do dia sob outro formato.
Até lá, se for essa a minha estrada.
Nunca se sabe.
Agradeço a vossa atenção durante
estes dois anos. Aos que gostaram e aos que não gostaram, de todo. Também foi
para esses que escrevi.
Não quis acreditar, que te tinham movido um processo de expulsão, a ti e ao Vicente, agora verifico que foi verdadel. Realmente o Araújo não se enxerga, por acaso leu o vosso Curriculum, expecialmente o do Vicente?
ResponderEliminarNão conseguiu. E no final das contas, demitiu-se depois de ter sido o maior responsável pela derrota eleitoral do PS. E nós, ainda cá andamos. E ganhamos as internas por 300 a zero!.
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