A propósito de todas estas recentes 'curiosidades' de Harry e Megan.
Nunca serei monárquico.
Nem sequer é pela educação que tive. Republicana dos
quinhentos costados. Há, pelo menos três gerações.
Nem sequer é por isso.
Acho primária e absurda a postura de que se nasce para
governar ou até mesmo apenas para se terem certezas de poder representar os
outros.
Nem sequer me irei deter a detalhar outras contradições e
perigos do regime dito monárquico. Tal como a Igreja adora dizer, quando se
fala da Santa Inquisição e outras exemplares formas de se ter estado ao longo
dos tempos: “Essas coisas devem ser avaliadas à luz da história”.
Eu compreendo ou finjo compreender, para tornar tudo mais fácil dentro da minha cabeça, todos esses “monumentais” argumentos. Também no que diz respeito
à existência dos regimes monárquicos vou mantendo esse pensamento “politicamente
correto” – tudo deve ser visto e analisado à luz da História e dos tempos que
dela fizeram parte.
Já no século XXI, não sou, simplesmente capaz, de entender todos
esses desígnios históricos de uma, duas ou três famílias se poderem auto
intitular divinos representantes de um grupo. Qualquer que ele seja.
Com toda esta extensa introdução, não pretendo, de forma
nenhuma, transmitir que todos nós não acarretamos, tradições seculares às
costas. Todos nós as temos. E, quer queiramos quer não, as acarretamos connosco
até à cova.
Uns dão-lhes importância, já outros nem querem saber das
suas origens.
Sou um provinciano.
Bem sei que sempre o fui.
A sociedade cosmopolita deslumbra-me, as grandes cidades, os
países mais desenvolvidos sempre me fascinaram. Só que, é sempre no meu
recanto, na minha casa com mais de cem anos que me sinto confortável. Nem que
mais não seja para conseguir processar todos esses ambientes que, uns mais que
outros vou conhecendo pelas viagens que adoro fazer, um pouco por todo o lado.
Para todo o homem de província, existem muitos séculos que todos
trazem consigo.
E com eles, todos os valores bons e valores maus.
Exemplos, também eles bons e menos bons.
Heranças materiais e totalmente imateriais.
Agora, acreditar na justificação 'divina' de se “herdar” um
país ou um destino?
Nunca.
Todos temos séculos às costas. Plebeus e aristocratas.
Todos nós nunca deixamos de ser iguais.
É bom que se passem estes valores aos mais novos, porque afinal, tudo isto
se trata da mais elementar justiça que respeita o principal princípio de todos
os importantes princípios. “Todos os homens nascem iguais” e como iguais todos
devem ser tratados.
Sejam quais forem as circunstâncias, os tempo ou até mesmo as conveniências.
Aquela "estafada" frase de "um homem, um voto" deve valer para tudo e para todos. Apesar de, por vezes, permitir eleger verdadeiros "enganos". Mas, foram "enganos" que o povo escolheu. E, naturalmente irá desfazer nas eleições subsequentes.
Só que a monarquia nunca o permitiria.
É também por isso que não presta. Não presta.
E, não serve, de todo.
Porque todos somos ou deveríamos ser iguais.
Perante nós mesmos, perante os outros e , já agora, perante Deus.
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