Aos guerreiros das causas perdidas.
Qualquer pessoa por pouco inteligente que seja, sabe pré-avaliar o mérito ou demérito de uma qualquer contenda.
Daí ser frequente dizer-se que “só devemos comprar as
guerras que sabemos à priori que iremos ganhar”.
Nunca foi esta a minha postura. Ainda hoje ao almoço
comentava que de todos e foram imensos os erros que cometi, paguei-os e alguns
ainda estou a pagar com uma taxa de IVA de 70%, tantas foram as guerras
perfeitamente evitáveis em que me vi envolvido, apenas por culpa própria.
É fácil usar-se aquele jargão estafado de assumir que “de
nada me arrependo, senão hoje seria um homem diferente”.
Quando olho para trás, de relance, sei facilmente
identificar os maiores erros da minha vida. Pelo menos aqueles que tiveram maior
impacto, condicionando amplamente o meu futuro.
Agora, que me encontro a liquidar as últimas faturas que a vida
me colocou à frente e, sendo só agora de pequeno monte, já consigo antever mesmo o
tempo da última liquidação, o que me desgasta mais nem foram todos os erros que
cometi e que nos últimos 15 anos tenho andado a pagar constantemente.
Porque todos esses erros por mais estúpidos ou maiores que tenham sido, acarretam consigo enormes lições de vida. E, normalmente, não se cometem duas vezes. Até dá a sensação de que apesar de terem sido fruto de guerras perdidas, traziam consigo um monte de ensinamentos para toda a vida.
E
trouxeram, de facto.
Concluo com relativa facilidade que a única guerra
totalmente perdida e sem qualquer ensinamento possível, é a guerra com o tempo
e com a maioria das pessoas que passaram por nós ou nós por elas, durante esse mesmo tempo. Apenas e só
porque de tempo se trata. E o tempo, qualquer tempo, nunca merece ser
desperdiçado com cada uma das pessoas que nunca mereceram ter feito parte da nossa vida.
Foi tempo mal gasto, foram sofrimentos absolutamente
evitáveis e, em última instância, foi vida que se perdeu.
Considero só agora, talvez pela idade que já tenho, que o tempo, o nosso tempo é dos bens mais sublimes que há.
Não o percamos nunca.
Com gente inútil, cínica, invejosa e por tudo isto, essencialmente, mal formada.
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