Intermodal. Os responsáveis pela sua inexistência!

 

Com o tempo, são cada vez menos as ‘coisas’ e até as pessoas que me conseguem ‘irritar’. Primeiro, porque me deixaram de surpreender, depois e essencialmente, porque vindas de quem costumam vir, não me motivam qualquer novidade, e, finalmente, porque quase todas as aparentes contradições de tanta gente, mais não são que posturazinhas de merda de quem apenas se preocupa com os seus interesses imediatos e absolutamente calculistas.

Sempre desprezei todas essas formas de ser e/ou estar. Só que agora, já nem conseguem contribuir para algo que possa considerar e sentir como simplesmente irritante.

Posso, feliz ou infelizmente concluir que já assisti a um pouco de tudo nestas matérias. Em termos políticos então, … é todo um sem número de exemplos que têm de tudo, menos terem o mérito de serem exemplares.

Em diversas esferas e em diversas dimensões, a política é ou sempre foi um ninho de podridão e contradições diversas.

Hoje, por exemplo, tive a pachorra ou o infeliz acaso de ter lido alguns comentários nas redes sociais da Marinha Grande acerca da falta que faz o Intermodal de transportes.

Projeto proposto pelo anterior executivo, de que sou insuspeito de apoiar, porque fui sempre extremamente critico durante todos os seus 4 anos de mandato. O que, não me impede, de todo, em dar crédito a tudo o que mérito teve, como foi o caso, quase isolado, desse projeto de requalificação do chamado ‘Parque da Mobil’, com financiamento garantido por parte do Feder com comparticipação de 85% a fundo perdido, num investimento global de 1.650.000,00 €

Importa dizer que, por inépcia ou soberba talvez da anterior presidente e do seu Chefe de Gabinete, toda a ‘negociação’ normal e saudável com a oposição foi um processo mal conduzido, tendo contribuído para o seu chumbo por parte das vereadoras da CDU e dos vereadores do MpM.

Ultrapassadas as eleições, todos assistimos a uma monumental mentira por parte do executivo em funções que ‘resolve’ transformar um projecto estruturante e necessário há décadas num simples arranjo de um parque de estacionamento. Tudo isto com a cumplicidade dos comunistas, que, mais uma vez, mostraram à saciedade que não é o bem estar das populações que os move, mas sim o seguimento acéfalo’ de uma estratégia meramente polítiqueira e provinciana. Aprovaram conjuntamente um projecto sem quaisquer mais valias, com a garantia dada pelo actual presidente da Câmara que mesmo sendo um projecto ‘menor’, estava garantido o seu financiamento por fundos comunitários.

Afinal era mentira!

Esse financiamento só se encontrava aprovado e cabimentado se nesse projecto estivesse incluído um Intermodal de transportes, ou seja, um espaço de convergência de parqueamento de autocarros urbanos, interurbanos e da rede nacional de expressos, com valências para compra e venda de bilhetes, espaços de espera abrigados para todos os passageiros e linhas de estacionamento das dezenas de autocarros de todas estas redes de transporte.

Ficamos sem financiamento e sem intermodal.

Há obviamente responsáveis por todas estas consequências.

Não é aos socialistas que deverão ser assacadas estas responsabilidades.

Já no que concerne aos comunistas e independentes, a conversa já é outra!

Espanta-me ler comentários de putativos socialistas a dizer que se em 20 anos este projecto não se realizou, porque é que deveria já estar concluído?

Ou até mesmo de comunistas que nunca erram, porque acertam sempre, em todas as opções que tomam, mesmo por mais erradas que se concluam posteriormente ser.

Este tipo de políticos são, direi, desprezíveis. Simplesmente porque mentirosos, desonestos, oportunistas e revestidos de uma enorme falta de vergonha.

Quanto aos comunistas, nada digo, até porque, bem vistas as coisas, nada tenho ou devo dizer. Não milito no PCP. Eles que se entendam ou desentendam. O problema é deles. E, a avaliar por exemplos bem recentes, posso dizer que me borrifo totalmente para todas as suas opções. Agora no que respeita a ‘ilustres’ camaradas do PS que escrevem certas vergonhas com toda a lata do mundo, deixem-se estar ‘mudos e quedos’, que fazem melhor figura.