"Gente desta igualha"
A liberdade de pensar, escrever, conversar, pintar, fazer música e tocá-la, desenhar uma casa ou até mesmo uma cidade, realizar um filme, votar e ser eleito, entre uma multiplicidade de coisas é quase total e absoluta.
A liberdade, bem vistas as coisas, só tem uma regra: não ir
contra a liberdade dos outros. Frase feita, bem sei, mas totalmente verdadeira.
Quando se deseja UNIR, não se pode começar por DIVIDIR. Neste caso entre 'os bons e os maus', ainda mais quando se professa como Lema: "Por um PS Unido e Forte".
Só
se for, como diz o povo, “para reinar”. Há muitos que são experts nessa fácil
tarefa. “Dividir para reinar”.
Se observarmos atentamente à nossa volta, a vida, esmaga-nos
ou vai pretendendo esmagar-nos com esta circunstância permanente.
Gosto de política. Quem me conhece sabe isso há décadas.
Tive a sorte de ter nascido numa casa de democratas. Pessoas
sérias. Pessoas dignas. Pessoas corajosas. Todas elas, sem exceção.
Fizeram com que acreditasse, nos homens, no futuro, na
honradez absoluta. Acreditei. Em todos acreditei sempre. Como acreditei que a
política era ‘a mais nobre atividade, de entre todas as que mais nobres são’.
A política não se faz com ódio. Simplesmente porque se for
esse o seu alimento, transforma-se na mais execrável expressão da alma humana.
Temos assistido, um pouco por toda a Europa ao crescimento
de todos os extremismos. Ainda no domingo passado aconteceu em Itália.
Itália, um colosso de passado, de cultura, nas artes em
todas as suas mais diversas manifestações. No entanto, ganhou o ódio. E ganhou
pela mão da democracia.
O confronto de ideias, de projetos, de planos é saudável. É
no confronto que se gera, por vezes a perfeição.
Gosto de escrever. Sempre gostei.
Agora escrevo mais. Tenho mais tempo para isso.
Tenho-o procurado fazer de forma frontal (tantas vezes mal
interpretada ou confundida).
Com os anos, tenho ficado um pouco intolerante à mentira, ao
cinismo, ao ‘politicamente correto’.
Aliás, detesto o politicamente correto.
Agora a franqueza, em excesso, talvez seja uma manifestação de
capitulação perante a vida. Como tem sido o meu caso. Como toda a gente sabe o
que e como penso, toda a gente conhece as nossas reações. Tornamo-nos
previsíveis. É um risco! Nada mais.
Não me tenho, minimamente, preocupado com isso. É verdade.
Por vezes pergunto-me porque fiquei assim. Tão pouco
flexível com algumas coisas e algumas pessoas.
Era preferível, não dizer nada. Falar pouco. Omitir muito.
Fingir sempre. Ganha-se sempre quando assim se procede.
Pois é.
Mas, não se vive!
As pessoas tornam-se assim uma espécie de gelatina. Podem
tremer, mas nunca caem.
Este espaço ‘Praça da República 22’ tem sido o meu escape. A
minha forma de comunicar com os outros.
Por aqui tem passado um pouco de tudo.
Algumas recordações, algumas pequenas histórias de família.
Alguns textos humorados como o último pretendia ser. Até porque, completamente
verdadeiro. E, por vezes a verdade é engraçada.
Há muita gente que não sabe nem nunca saberá, mas por vezes
a vida é cómica.
Tenho escrito também o que vou pensando sobre a política do
Concelho, da minha freguesia, dos meus amores, dos meus filhos, sei
lá…
Tenho sempre escrito o que me tem apetecido.
Confesso uma coisa, quando faço uma crítica, prefiro tentar
ser sarcástico, muito irónico, subtil por vezes. Já noutras, escrevo com uma
clareza totalmente transparente. De fácil e rápido entendimento.
Nunca gostei de violência. Desde garoto. Nunca fez muito o
meu estilo. O meu António, quando jogava à bola no Vieirense, ocupava muitas
vezes a posição de lateral direito e tinha um enorme treinador ex-grande atleta,
que lhe dizia muitas vezes: “por vezes ou passa a bola ou passa o jogador.
Agora os dois ao mesmo tempo, isso é que nunca!”.
O meu António até jogava mais ou menos, mas era duro a jogar.
Os putos agora dizem, “o António é raçudo”. Nunca gostei muito de ver alguns jogos, porque
o raçudo, por vezes exagerava na dose.
Embora, nunca tenha gostado de violência física, sempre,
desde que me conheço como gente, separei muitas ‘bulhas’. Se por um qualquer
acaso, algum dos meus amigos estivesse a ser agredido, nem que fosse
verbalmente, nunca fui capaz de me conter.
Na política, então. O Paulo dizia que eu nunca negava o
corpo às balas.
Sempre me deixei, umas vezes sem dar por isso, utilizar
pelos outros. É um facto.
O Partido Socialista da Marinha Grande vai a votos em
outubro próximo.
Já aqui tenho escrito diversas vezes sobre este tema.
Até faço parte de uma das listas. Uma das …. Sim, porque
existem duas.
O que, em qualquer partido político democrático é
extremamente saudável.
Ter opinião, não nos dá o direito de ofender ninguém.
Lá está, ultrapassa-se o único limite que a liberdade a
todos nos impõe.
Todo este texto tem a ver com a ilustração do mesmo.
As duas listas em confronto têm dois grandes mandatários.
Pessoas que me conhecem há trinta anos e que respeito, como sempre respeitei.
Dois democratas, dois homens a quem o Partido Socialista da Marinha Grande
muito deve. Assim como todo o nosso Concelho.
Deixo a pergunta aos dois mandatários:
Revêem-se nesta delicada e poderosa ‘ilustração’ com o texto
que a apresenta?
Será que existe, alguém no meu partido que se reveja nesta ‘obra
de arte’?
Provavelmente só o próprio artista. Pelo menos apenas o
Senhor Valter Oliveira, terá pensado que fez uma grande coisa. Foi a pedido ou
é como os míscaros, que nascem de geração espontânea?
Fico à espera de um pedido de desculpas. Não do Senhor
Oliveira. Desse dispenso. Mas como a sua publicação é uma forma de campanha na
lista encabeçada pelo Senhor Bruno Constâncio, pergunto, neste caso, não ao
Bruno, cuja opinião também dispenso, mas ao seu pai.
Senhor Armando, gostou?
Senhor Álvaro Órfão, identifica-se com esta obra de um dos
seus mandatados?
Bem sei que só o Senhor Oliveira poderá produzir outra peça
deste calibre, porque todos os outros, como convém, ficarão calados, dentro do
tal ‘politicamente correto’.
Foi portanto, até aqui que se chegou!
Este senhor é um recém militante.
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