Sai de cena quem não é de cena.
Há medida que os anos passam, vamo-nos deparando com esta
verdade absoluta: cada vez temos menos ‘coisas’ às quais devemos entregar a nossa
atenção. Penso que, diversas vezes tentei abordar este tema. Com pouco sucesso,
diga-se.
Há momentos e tempo para tudo na nossa vida.
Assim como há momentos e tempo de reconhecer que a nossa
participação neste ou naquele tema, problema, instituição ou até mesmo partido
político, chegaram ao fim. É um sinal de sabedoria e maturidade reconhecer quando
estamos a mais.
Sair muito discretamente de cena é a obrigação de todos nós.
Não é por um sintoma de velhice, nem nada que se lhe possa comparar. É um
sintoma, que todos os que vão aparecendo atrás de nós, podem oferecer
contributos melhores, mais frescos e até mais inteligentes que o nosso.
Quando decidimos, finalmente, regressar a casa, para dentro
de nós próprios para tratar dos nossos problemas, assuntos diversos, ou até
mesmo ter como única preocupação arrumar tudo muito bem arrumadinho para os
outros e, desta forma, poder partir um dia descansado e em paz.
Nesta fase da minha vida, já pouco ou nada desejo para mim.
Os meus desejos estão quase todos focados nos meus putos. Arrumar-lhes a ‘casa’,
e fazer desaparecer as dificuldades que ainda vivo. Já foram imensas, agora
pouco ou nada significam.
Desejo concluir a licenciatura ou mais ainda em História e
desejo apenas ser feliz com as poucas pessoas que amo.
Quanto a tudo o resto, deixou simplesmente de me interessar.
É que chegou finalmente a altura de me ocupar comigo mesmo, apenas com os meus e com as minhas coisas.
Há que saber quando devemos sair de cena, como naquela velha
frase do teatro: “saia de cena quem não é de cena.”
Tenho vindo a descobrir esta realidade ultimamente.
Demoradamente. Mas como diz o meu Compadre Rogério: “hoje caiu-te a moeda”.
Nem mais.
Tenho apenas um pendente. Que irei concluir na perfeição e em tempo útil.
Para um tipo da minha idade, já não é nada mau.
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