O poder da Palavra.
"Em nome dos estudantes de Coimbra, peço a palavra!"
Alberto Martins - Presidente da AAC 1969
Muitas têm sido as vezes em que ou por isto ou por aquilo
venho recorrendo a exemplos e pequenas histórias de família para ilustrar ou
justificar certas posições ou minhas ou de terceiros.
Confesso, que sempre que o faço, sinto enorme prazer em
escrever assim.
Muitas histórias, algumas bem íntimas, fui eu contando pela
blogosfera dentro. De todos os familiares que já invoquei, talvez aquele a quem
mais vezes me referi tivesse sido o meu pai.
De todas as justificações que possa pensar para assim o ter
feito, basta-me uma. Foi a pessoa que mais amei, mais respeitei e cujos maiores
exemplos, tenho, dentro da medida do possível, tentado seguir e ‘passar’ aos
meus putos.
Tínhamos, eu e ele, temperamentos diferentes. Direi mesmo,
antagónicos. Em quase tudo. Para não dizer mesmo em tudo. Ele era um homem
bastante reservado, não ‘comprava’ guerras. Nem as ganhas nem as perdidas.
Nunca foi homem de conflitos. Sempre ponderado. Por vezes até demais para o meu
gosto.
Era-lhe difícil expressar sentimentos. Só quando fui ficando
adulto consegui concluir vários estados de alma do meu pai. Ele continuava a
disfarçar o melhor que sabia. Já eu, era simplesmente mais velho e isso, por si
só, justifica a nossa capacidade de observação daqueles a quem amamos muito.
De qualquer forma e, com todas as características que sempre
evidenciou, houve uma, talvez mesmo a única em que se parecia comigo. Não na
forma. Isso nunca. Mas sim no conteúdo.
O meu pai sabia e sempre soube o real valor da ‘palavra’.
Dita e escrita. A palavra, se estiver associada à verdade é poderosíssima em
qualquer circunstância.
Poderia citar tantos exemplos de antes e depois do 25 de
Abril, onde o meu pai sempre soube usar da palavra com enorme sentido do dever,
das circunstâncias em que se justificava revelar posições públicas, como ainda
da enorme coragem de …… em certos momentos decisivos, saber o valor e a
importância do uso correto e determinante da palavra e da opinião.
Creio, nesta altura, que a palavra é das mais poderosas e
eficazes ‘armas’ de que todo o democrata pode, deve e tem a obrigação de saber
usar.
Tudo isto vem a propósito de uma ‘moda’ que parece vingar em
muitos seguidores do +MpM, que repetem à exaustão que quem manifestar opiniões
diferentes do grupo que ganhou as eleições se encontra a faltar ao respeito
pela vontade da maioria que elegeu o Engº Aurélio, Drª Ana Alves Monteiro e o
senhor Brito.
Não daria qualquer importância a este tipo de opiniões, apenas
por se tratarem de uma enorme falácia. Sublinho estas opiniões, porque encerram
em si mesmas uma absoluta falta de cultura democrática, ignorância absoluta dos
principais valores da democracia e da total liberdade de opinião e de expressão
que essa mesma democracia encerra.
Há diversas formas de contar a verdade. De uma forma
sarcástica (que é de todas a que prefiro), de uma maneira irónica (que é como
quem diz, para inteligente ler), de uma maneira cómica, sim, porque a verdade,
por vezes tem todo o direito de nos fazer rir. Por vezes por absurda, outras
vezes, porque inesperada e outras vezes ainda por tão estúpida (no sentido
mesmo de estupidez do seu autor).
Ninguém deve recear dizer a verdade, qualquer que ela seja.
Quer dizer, evitavam-se muitos conflitos com a prática do silêncio e da
reserva. Só que isso, não é para mim. Como nunca foi para o meu pai.
Com isto não digo, de forma alguma, que sempre tenho razão.
Só se fosse estúpido assim o pensaria. E não, não me considero nada estúpido.
Peço desculpa pela sinceridade e alguma imodéstia.
Confesso, que quando leio mentiras, umas maiores do que
outras escritas a meu respeito, não acho grande graça. Caso fossem assinadas,
poderia ainda dar-me ao trabalho de responder, agora em ambientes de anonimato,
não muito obrigado. Dei muitas vezes para todos esses peditórios.
Agora, meus caros, dizer que se falta ao respeito aos
democraticamente eleitos, porque não se partilha das mesmas opiniões, cheira a
bafio. A partido único, a unanimidades hipócritas, entre muitas outras coisas.
Foram eleitas sete pessoas para a gestão do município. O
executivo permanente é composto pelos 3 eleitos da força mais votada ‘amparados’
por dois vereadores eleitos nas listas do Partido Socialista.
Quanto a opiniões, críticas várias com maior ou menor ironia
e sentido de humor, não comentem nunca de que se tratam de faltas de respeito
por quem venceu. Era o que mais faltava. Até porque, bem vistas as coisas, para
quem fez oposição cerrada, desconfiada, agressiva e totalmente destruidora
durante oito anos consecutivos, tendo-se revelado na prática agora, o oposto, …
esses sim, estão a faltar ao respeito a todos os milhares de marinhenses que
neles votaram.
A democracia permite, entre muitas outras coisas, o uso da
palavra dita e escrita seja de que forma for, desde que não ultrapasse os
limites da urbanidade, agora a mentira, a omissão, a incompetência, a falta de
memória, … isso não, a democracia nunca legitimou! Em tempo algum.
E, é precisamente isso que está a acontecer agora na Marinha Grande!
Tenho vontade de discordar da sua opinião, mas no íntimo, não posso porque é a verdade pura e dura por mais que custe aceitá-la. Isto tudo porque, passados oito meses, sinto uma verdadeira frustração na esperança de uma mudança que nos foi prometida e se está a revelar num embuste do tamanho da demagogia e da mentira dos que nos prometeram que “connosco seria diferente”.
ResponderEliminarUma campanha bem orquestrada.
ResponderEliminarSó vos falta dizer que os eleitores são estupidos e ignorantes.
Para quê eleições? Ficava lá o PS a governar e nem precisávamos de pensar?
O Salazar também pensava que não era preciso eleições e o povo está estupido.
Ganhem vergonha!