Marinha Grande 2022.

 


“Relativamente à época balnear nas praias do concelho, é uma pena que o movimento associativo não seja mais requisitado, muitas vezes em detrimento de bandas de fora do concelho, que ninguém conhece, e de duvidosa qualidade. Fica aqui, mais uma vez, o nosso repúdio por a entidade que dinamiza (ou tenta dinamizar) S. Pedro de Moel nunca ter percebido que há um jornal e uma rádio na Marinha Grande, que servem para potenciar o que ali se passa. Parece que nesta praia do concelho só existem redes sociais que por acaso até anunciam de borla. É a mentalidade que temos e é por estas e por outras razões que S. Pedro, de ano para ano, recebe menos turistas. Esperemos que a autarquia deixe de lá despejar dinheiro, que no essencial, é um desperdício.”

Editorial JMG, 16 de junho 22

Será que é humanamente possível que alguém me consiga explicar o que significa este ‘ajuntamento’ de palavras desta parte de um editorial de um jornal que se pretende sério, isento, inteligente e, acima de tudo, independente?

A melhor coisa que podemos fazer a um narcisista é falarmos dele. Bem ou mal. Simplesmente porque são praticantes daquela ‘religião’ com o lema: “falem mal ou falem bem de mim, não interessa. O que interessa é que falem.”

Muito pensei eu, se deveria ou não escrever este texto.

Não o deveria fazer. Mas, … por outro lado, há coisas que ultrapassam largamente todas as linhas vermelhas admissíveis pelos mais tolerantes.

E este ‘bocado de editorial’ é por demasiado grave para toda a gente ficar ou fingir que fica indiferente.

Toda a gente sabe a relação que tenho com o JMG. Que é nenhuma. Hoje, fui alertado para ler o editorial.

Foi o que fiz.

É o que transcrevo.

Uma pergunta apenas. Ou uma simples dúvida.

Que tempos são estes em que é corrente, normal e aceitável sem qualquer discussão este recorte do último editorial, que repito:

Relativamente à época balnear nas praias do concelho, é uma pena que o movimento associativo não seja mais requisitado, muitas vezes em detrimento de bandas de fora do concelho, que ninguém conhece, e de duvidosa qualidade. Fica aqui, mais uma vez, o nosso repúdio por a entidade que dinamiza (ou tenta dinamizar) S. Pedro de Moel nunca ter percebido que há um jornal e uma rádio na Marinha Grande, que servem para potenciar o que ali se passa. Parece que nesta praia do concelho só existem redes sociais que por acaso até anunciam de borla. É a mentalidade que temos e é por estas e por outras razões que S. Pedro, de ano para ano, recebe menos turistas. Esperemos que a autarquia deixe de lá despejar dinheiro, que no essencial, é um desperdício.”

Postura arrogante de quem julga em tudo e todos mandar. Alarvidades boçais, repletas de um provincianismo sem tamanho.

Um jornalismo sem vergonha. Onde é demonstrado, à saciedade, que o dinheirinho dos anúncios tudo compra e tudo paga.

Existem outras profissões parecidas não com o jornalismo, mas com esta espécie de pessoas que o julgam praticar.

Conseguem ficar, por exemplo, a anos luz da mais velha profissão do mundo (porque mesmo assim é muito mais decente e autentica).

Só me chateia, que toda a gente sabe isto. Mas ninguém fala.

Por vezes pergunto-me: “onde anda o espírito daqueles marinhenses anarco sindicalistas que fizeram o 18 de Janeiro? Onde andam os descendentes de todos os comunistas que estiveram presos, foram torturados nas prisões da PIDE e morreram no Tarrafal? Toda essa gente trás em si mesmo um peso enorme no seu ADN. Um ADN de liberdade, de democracia e de coragem. Têm permanecido quase todos numa espécie de ‘limbo’, indiferente, calado ou absolutamente cobarde?

E, tudo isto se vai passando debaixo dos nossos olhos e ………. ninguém diz nada. Só pode ser, porque está toda a gente satisfeita. Nesse caso, a Marinha Grande, como sempre foi conhecida e reconhecida, já não existe.

É pena. Mas, se assim for, é porque cada um tem o que merece e a MG, neste particular parece não merecer mais que Largos das Calhandrices, JMG’s e entrevistas na Rádio por encomenda. Favores que se fazem. Favores que se irão cobrar.

Triste terra. Triste gente. Triste futuro.

Fica o dinheiro, a tecnologia de ponta (absolutamente indiferente ao que se tem passado à sua volta) e a vaidade de alguns. Sempre a vaidade, que tanta gente cega.

Vergonha!


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