Época Balnear na Praia da Vieira em 2022.

 


Para observar o detalhe, quase sempre, temos de nos afastar do espaço observado.

Não deixa de ser curiosa esta aparente contradição.

Por vezes, há algo que nos escapa com a observação de muito perto. Vê-se tudo grande, os detalhes todos ampliados de uma forma por vezes grotesca. Deforma a realidade, transfigura o belo.

Nunca senti a beleza como uma subjetividade. Sei que estou errado com esta simplória forma de pensar a vida e as coisas que dela fazem parte.

Para mim, tudo o que belo é magnífico por definição. Não há, simplesmente, quem com isso possa discordar.

Mas, repito: eu não tenho razão.

Tento facilitar as coisas a mim mesmo. Tento tantas vezes acreditar que todos sentimos as coisas de forma idêntica.

Por exemplo, uma das sensações mais belas de todas mais não é que a paz de espírito. A absoluta paz. Connosco, com os homens, com a natureza, com Deus para quem Nele acredita.

A realidade está longe de ser essa!

A realidade é dura.

É crua.

É velhaca tantas vezes.

Mas, por outro lado, sei que a realidade é tudo o que fazemos dela.

Meiga, preocupada, que traz sempre a paz consigo.

E, a paz é tanta coisa.

Um nascer do sol.

Um jacarandá no quintal.

O mar que só pode ser um. Todos nós, no que ao mar respeita, apenas temos direito a ter um. E, claro, podemos sempre dizer a toda a gente que aquele ou este é o nosso mar. Estranhamente, penso que cada pessoa só tem direito a um mar. Vá lá saber-se porquê?

Pertencemos a um só mar a uma só praia a um só rio. Porquê? Não faço ideia. Talvez porque são, todos eles, ‘bocados de Deus’. Alguns dos ‘bocados de Deus’, como um jacarandá ou uma monumental magnólia no quintal.

Deus, de uma forma ou de outra, rodeia-nos, com todos os seus detalhes. Um pássaro que nos acorda, um filho que corre para nós, a água que bebemos quando estamos cheios de sede.

Tudo isso é Deus à nossa volta.

Há quem veja ou sinta todas as coisas assim. Já há, talvez mais pessoas, que vêm e sentem todas estas coisas ‘assado’.

O meu mar será sempre o da Vieira, pela foz, pelo rio, pelo cheiro a maresia que não existe em mais nenhuma praia do mundo, pelas ondas do mar onde mergulhei pela primeira vez. A praia que assistiu a toda a minha adolescência. O meu mar será sempre este. Não sei porquê.

Com a palavra ‘detalhes’ comecei este meu texto.

Detalhes e toda a sua importância nas nossas vidas.

Por exemplo, um ritual, uma tradição, um momento que se repete sempre nas nossas vidas até ao fim, trazem todos, em si mesmos, uma simbólica profundamente forte e, por isso, imprescindível.

Hoje foi a abertura da época balnear de 2022 no Concelho da Marinha Grande.

Sabiam?

Na Vieira, foi tudo preparado para estar pronto. E tudo pronto ficou, como sempre fica.

Desta vez, houve uma pequena diferença numa das cerimónias com décadas de tradição!

Ninguém da Câmara Municipal veio até à nossa Praia, hastear uma bandeira que fosse. Ficaram mesmo todos em São Pedro de Moel.

Este executivo, faz começar a lembrar aquele que havia há 49 anos, quando a Vieira e a sua praia eram e sempre foram os enjeitados do Concelho!

“Connosco seria diferente”. E está a ser, não restam dúvidas.

A época balnear começou na praia da Vieira. Começou a tempo e horas. Mas ninguém do executivo permanente parece ter dado por isso.

Nada disto é importante, porque tudo isto é simbólico. Acontece porém, que eu dou extrema importância a certos rituais antigos e a certos simbolismos.


Comentários

  1. Começa a ser cada vez mais claro o pensamento, corporizado pelo atual Executivo Municipal, de que a Praia da Vieira não passa de um saco de tremoços e S. Pedro de Moel um pratinho de camarões.

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  2. Este executivo não sabe o que significa executar funções. Sabem apenas e só fazer o que já estava proposto fazer pelos os outros que por lá passaram..Não vejo nada diferente, nada de novo. Ainda mais com os da terra lá metidos dentro. Papam gelados com a testa e lambem sapatos. Patéticos. Iremos ser sempre os filhos bastardos da Marinha Grande. Praia da Vieira tem tanto mas tanto potencial...

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  3. As Gentes, da Freguesia da Vieira, não deverão esquecer este desprezo.

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    1. Como diz o ditado; “ amor com amor se paga” o desprezo a que nos estão a votar pagar-se-á nas urnas

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