À mulher de César não basta ser séria, é preciso parecê-lo.

 


"Não há democracia sem partidos!”. Frase antiga proferida por diversos democratas, como Mário Soares, Sá Carneiro, Freitas do Amaral entre muitos outros. A razão é simples. Um partido acarreta em si mesmo todo um conjunto de ideais, valores e história que fazem aglomerar todos os que se identificam com cada uma dessas ideias ou até mesmo, com todas elas.

Isto não tem rigorosamente nada que ver com a chamada discussão entre esquerda e direita. Essa é uma das múltiplas formas de se falar de política e a mundivisão de cada partido relativamente à sociedade desejada por cada um.

Com o tempo, o aumento da corrupção, nepotismos diversos, apropriação da ‘máquina do Estado’ por homens e mulheres sem curriculum bastante para ocuparem determinadas funções bem remuneradas, os partidos, todos eles, talvez com a excepção do Partido Comunista, cometeram os mesmos erros durante anos e anos. O que, naturalmente, foi contribuindo para a descredibilização dos mesmos, afastamento dos melhores da política e o surgimento do epifenómeno dos chamados movimentos independentes. Grupos de cidadãos livres que se juntam em torno de um líder ou de um conjunto de valores que, julgam, os partidos terem abandonado.

Quando vencem eleições locais é porque muita gente se revê no seu líder e nos princípios que advoga até, por vezes, à exaustão.

Na nossa terra temos dois exemplos disso mesmo.

O primeiro surge de um grupo de industriais e pessoas alegadamente da direita (liberais, novos-ricos sedentos de poder e toda uma massa de seguidores que já não se identifica com qualquer partido político instalado). Neste caso com o Partido Socialista, Partido Comunista e Partido Social Democrata. Há mesmo uma franja de cada partido que ‘mudou’ o seu sentido de voto. O MpM, liderado por um pequeno empresário, com um putativo sucesso conquistado na sua área especifica de negócio, conseguiu eleger-se assumindo uma posição do contra. Foi sempre do contra. Mesmo quando boas medidas se discutiam. Votou desfavoravelmente 8 orçamentos seguidos. Nos primeiros 4 anos na Câmara da Marinha apareceu também um segundo movimento independente, assim uma espécie de salada de frutas das esquerdas descontentes. Era liderado por uma curiosa personagem, que posteriormente abandonou a política para se dedicar à gestão privada de cemitérios. Inusitada escolha sem dúvida.

Volvidos os últimos quatro anos e essencialmente por demérito do Partido Socialista, o MpM apresenta-se a sufrágio (movimento de industriais e pessoal da direita pura e dura) com os membros sobrantes da salada de frutas das esquerdas, e, ganham as eleições. E ganham com enorme estrondo.

Não irei debater nenhuma questão de tantas e tantas que este governo coligado com o Partido Socialista e portanto, detentor de uma sólida maioria absoluta na gestão camarária já fez ou já deixou por fazer.

Não me identifico de forma alguma como foi escrito, proposto e assinado com o chamado 'memorando de entendimento', onde não consta qualquer assinatura de representantes do PS.

O que está feito está feito.

Este pequeno texto prende-se com uma só questão:

Se durante os últimos 16 anos de governação autárquica Comunista e Socialista, alguma vez fosse feito um ajuste directo de 55.000 € a um amador musical com a adjudicação de 10 ‘espectáculos’ mensais a 5.500 € cada um para um só ano e, se esse amador musical fizesse parte de uma Comissão de Honra do partido eleito, como reagiria o actual presidente Aurélio que ficou conhecido amplamente por tudo deitar abaixo, pôr em causa todos os projectos, votar contra todos os orçamentos e até (pasme-se) ter colocado em causa a idoneidade do Presidente Paulo Vicente tendo-lhe diminuído o montante para ajustes directos para o mínimo legal, colocando mais uma vez em causa a sua capacidade e idoneidade? E, claro, tendo limitado estrondosamente a capacidade e velocidade de gestão do Presidente Paulo Vicente?

Desde muito novo que detesto as falsas virgens ofendidas!

Fica mais uma pergunta: porque é que o Jornaleco da terra não transmite esta e muitas outras realidades? É por serem verdadeiras? É por serem mentirosas? Ou é porque dá jeito que ninguém saiba o que se vai passando nestes tempos na Câmara da Marinha Grande?

É que no último editorial até foi escrito que o JMG e a Rádio da Marinha Grande são muito mais eficazes a “potenciar notícias e eventos que as redes sociais.“


Comentários

  1. “ É que no último editorial até foi escrito que o JMG e a Rádio da Marinha Grande são muito mais eficazes a “potenciar notícias e eventos que as redes sociais.“
    É fácil adivinhar.., será que também quer mamar da grande teta municipal?

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  2. Sempre quis, o único que lhe fez frente foi o Vicente, que nunca o deixou mamar.

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