2º acto. os termos presidenciais.
25 – PROPOSTA DE REVOGAÇÃO DA
DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIAS NO SENHOR PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL
473 – Presente a proposta
apresentada pelo Sr. Vereador Aurélio Ferreira com o seguinte
teor e cujo propósito o proponente explicou:
…/…
“estas alterações não deixam de desvirtuar o orçamento
inicial, podendo levá-lo a uma perca de eficácia, enquanto elemento que regula
a administração, bem como a uma descredibilização da organização.
…/…
Esta circunstância consubstancia um abuso do Senhor
Presidente da Câmara Municipal, órgão delegado, na utilização das competências
delegadas pelo órgão executivo – Câmara Municipal
…/…
dentro dos poderes/deveres do delegante de vigiar o uso
dos poderes delegados, proponho que a Câmara Municipal da Marinha Grande aprecie
a proposta de revogação da delegação de competências no Senhor Presidente da
Câmara Municipal”
O Senhor Presidente fez a seguinte declaração de voto:
“- Repudio frontalmente os fundamentos apresentados para
revogar parte das competências que me foram delegadas pela Câmara, por não
terem qualquer adesão à realidade.
- Nada tenho a opor quanto à retomada pela Câmara
Municipal do exercício das competências que me delegou, as que estão em causa
nesta deliberação ou quaisquer outras
- Entendo que a Câmara
Municipal deve ponderar, igualmente o retorno de outras competências delegadas,
ainda que estas decisões impliquem uma alteração da periodicidade das reuniões,
como forma de reduzir ao mínimo os transtornos que decorrem da actual reunião
quinzenal de forma a não prolongarmos os prazos de resposta aos munícipes e a
satisfação das suas necessidades
Esta delegação de competência
para autorizar a realização de despesa apenas me foi concedida como forma de
aceleração dos procedimentos de contratação pública, que de outra forma ficam
dependentes das datas das reuniões de Câmara e do respectivo prazo de
agendamento
- Todas as decisões que tomei
no exercício das competências que me foram delegadas estão escrupulosamente em
conformidade com as leis em vigor.”
Assim
que chegou à presidência de Câmara, o novo Presidente cedo se apressou a
solicitar delegação de competências para ajustes directos no montante de
750.000 €.
Tem
trabalhado com um limite delegado de 350.000 €, sem dar qualquer conhecimento
aos vereadores da CDU (pelo menos) que não possuem pelouros distribuídos. Esta
figura da nossa democracia local responde como respondeu à Vereadora Alexandra
Dengucho quando confrontado com a total falta de transparência.
“Aprovamos
que o senhor presidente ficava com competências até 350.000 €, pensamos que a
gestão pudesse continuar a ser transparente, em que fossemos todos informados
do que se vai passando, nomeadamente a questão das obras, concursos públicos,
tudo o que seja até 350.000 €.
Nós
não sabemos de nada.
pensar
todos em alterar esta decisão por uma questão muito simples. É uma questão só
de transparência.”
Alexandra
Dengucho em Reunião de Câmara do passado dia 9 de maio de 2022
“Enfim,
há aqui alguns termos que eu confesso não me identifico, não ser
transparente, não ter coluna vertebral, nem sequer vou comentar, porque não
me parece que sejam termos que eu utilizasse alguma vez. Eu e o
executivo permanente não nos enquadramos neste tipo de conversa.”
Aurélio
Ferreira em resposta na mesma reunião de Câmara
Veremos
no terceiro acto desta comédia, que termos utilizou o Vereador Aurélio quando
insinuou insistentemente acerca do real valor de mercado de um ajuste directo
de cerca de 14.000 €.
Foram
tão graves as ‘insinuações’ acerca da desonestidade do então presidente Paulo
Vicente que o mesmo se viu obrigado a fazer uma denúncia ao Ministério Público.
O
“não me parece que sejam termos que eu utilizasse alguma vez” serão desmontados
um a um e aí sim, podemos comparar os termos próprios de quem os profere.
“Uma
pessoa pode enganar alguma gente durante algum tempo, pode ainda conseguir
enganar muita gente durante muito tempo, mas nunca por nunca, enganará toda a
gente durante todo o tempo.”
Parece-me
uma frase com termos adequados ao perfil do Presidente da Câmara
Municipal da Marinha Grande.
E,
a avaliar pelos recentes acontecimentos deste executivo, a dissimulação, falta
de vergonha e cretinice são os melhores termos para definir o caracter deste
homem. Só não é perigoso, porque a Constituição e a regularidade dos actos eleitorais
a isso não o permitem.
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