Deixa lá.
Deixa lá.
Bem vistas as coisas, há poucas diferenças.
Queres perder o olhar, sai de casa e atravessa a avenida.
Basta olhares em frente.
E lá está ele. O teu mar.
A Nazaré em toda a sua graça.
Deixa lá, não te importes muito.
Queres ver o Douro, de cima,
As vinhas, os socalcos,
A Régua?
Sai de casa e vem com uma camisola grossa de lã a tapar as mãos que envolvem uma caneca de café quente, abre a porta enorme de vidro e vem ao terraço.
Consegues ver o Pinhão?
Estás a ver. Há poucas diferenças.
Sempre foste teimosa.
Até os defeitos da ‘nossa’ mãe herdaste.
Estamos muito zangados contigo sabes.
Desta vez por uma razão válida.
Não nos pediste licença para te ires embora.
Desta vez, foste longe demais.
Um dia, estaremos juntos.
Todos.
Na Festa dos teus 70 anos.
Essa, podes crer, ninguém te perdoa.
Vê se fazes por aí o que te incumbe,
Encontra as pessoas necessárias e suficientes
Apenas e só,
Para te ver dançar num Rancho ... da Nazaré evidentemente.
Com o traje. Sabes, aquele traje mágico que dança sozinho!
Desde que vista uma mulher feliz. Como sempre foi o caso.
É esse o preço, por teres tido sempre pressa demais.
Um beijo,
R.
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