JMG, Camões e Aurélio Ferreira.

 

Neste novo tempo, de jornais on-line, de excesso de informação e de opinião, torna-se mais difícil fazer escolhas, até porque qualquer vulgar opinador tem direito a escrever e dizer o que lhe passa pela cabeça. Alguns, de tão ridículos, obrigam-me tantas vezes a mudar de canal. Neste particular aspecto todas as Netflix do mundo mais não são que excelentes refúgios. Para além de uma multiplicidade de escolhas, permitem o acesso a excelentes documentários históricos, biográficos, políticos e sociais.

Actualmente até nos podemos dar ao luxo de assistir a noticiários de quase todos os países do mundo.

Não restam dúvidas. Vivemos tempos muito diferentes em termos jornalísticos e de divulgação de informação.

A maioria de nós começou a ter e a sentir algum ‘receio’ a exprimir opiniões publicamente. É natural. Em 3 horas consegue-se destruir completamente a imagem de qualquer pessoa. As agências de comunicação e alguma imprensa disso se ocupam, com uma mestria impressionante.

Talvez por isso, a esmagadora maioria dos frequentadores de redes sociais, se limitam a publicar pequenas banalidades do dia a dia. Não deixa de ser uma forma como qualquer outra de ir mantendo o contacto diário com a sua vasta rede de amigos.

Nada contra.

Os jornais locais, neste caso o nosso único jornal, imprime algum ‘medo’ na maioria das pessoas e instituições. O seu director, mestre da ilusão e da ‘criação’ e respectiva ‘manipulação de notícias', tem um impacto enorme em toda a gente que o lê e dele depende para ter maior ou menor visibilidade.

Já escrevi no JMG, já fui notícia por boas e más razões nesse mesmo jornal. Sei do que falo, porque também sei como as coisas funcionam.

No primeiro mandato do Presidente Álvaro Pereira, apareceu um Editorial tão duro, tão injusto e tão cretino, que me recordo do Presidente João Barros telefonar ao Álvaro furioso. Porque, dizia ele, “o que é demais, é demais”.

Escrevo tudo isto, porque a semana passada foi bastante rica em notícias e acontecimentos.

Não é novidade absolutamente nenhuma que as freguesia limítrofes do Concelho celebram, há anos, o vinte cinco de Abril de uma forma distinta, com programações independentes das Comemorações ocorridas na freguesia da Marinha, com atividades camarárias.

Daí os apoios conferidos pela Câmara Municipal para tornar mais fáceis as comemorações nas freguesias da Moita e da Vieira.

Até ao ano passado a minha freguesia recebia uma ajuda financeira de cerca de 2.000 euros. Este ano, a Câmara cabimentou apenas 300. Ao que a minha junta recusou este gesto de tamanha 'generosidade'. Ainda mais, face ao vasto programa que os vieirenses apresentaram.

Em síntese, todas as nossas actividades se revestiram de uma dignidade enorme. Algumas com momentos de elevado sentido histórico, cívico e político.

Pergunto: onde estão noticiadas as actividades da nossa junta na última edição do JMG?

Respondo: Em lado nenhum!

O Partido Socialista do Concelho, como todos sabem, saiu de um resultado politicamente catastrófico nas últimas eleições autárquicas. Atravessou 4 anos consecutivos de uma mediocridade reinante, sem tamanho e totalmente fechada, onde apenas uma opinião poderia prevalecer.

Ficou em cacos.

Um Partido com cerca de trinta anos de governação concelhia.

Deixaram o PS ferido de morte! Repito: ferido de morte.

Passados 5 meses desse acto eleitoral, o Partido Socialista encontra-se em profundo processo de renascimento, com muita força, com caras novas, e com um desígnio que cada vez mais marinhenses acham e sentem que é o seu destino.

No passado Sábado, cumprimos uma tradição antiga de décadas: comemorar Abril em volta da mesma mesa. Comemoração apenas interrompida pela pandemia.

A ‘família’ socialista disse presente. Todas as 3 freguesias do Concelho se fizeram representar com bastante expressão. Connosco esteve a Ministra da Justiça, deputados eleitos pelo distrito, o Presidente da Federação Distrital de Leiria, ex-autarcas, simpatizantes, militantes e fundadores.

Excelente jantar o nosso. Jantar que perspetiva o nosso futuro político (e quando escrevo nosso, refiro-me ao de todos nós, marinhenses) com bons e largos horizontes.

Onde esteve o JMG, apesar de convidado?

Onde vem escrita qualquer referência ao jantar do PS no Jornal?

Onde estava o director do JMG no sábado passado?

Por mim, não fez falta nenhuma, se quer saber.

Todo este texto tem como único propósito sublinhar que no nosso Concelho, não temos isenção na informação. Temos apenas um director onde se aplica a estrofe de Camões no seu Canto Quarto, estância 95 dos Lusíadas:

Ó glória de mandar! Ó vã cobiça. Desta vaidade, a quem chamamos Fama! Ó fraudulento gosto, que se atiça. C'uma aura popular, que honra se chama!

Comentários

  1. É pela falta de isenção, do Jornal da Marinha Grande, e não só, que deixei,há anos,de ser assinante,passei a ser assinante do Jornal de Leiria

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    1. Há talvez 30 anos que deixei de assinar esse "jornal"

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