Feijão Frade.
Nunca me seduziram pessoas que por cobardia ou por feitio
gostam de agradar a toda a gente. Ninguém é amado por toda a gente.
Há uns que amam, já há outros que odeiam, assim como há os
que vão simpatizando e os restantes que não nutrem qualquer tipo de simpatia.
A vida é assim. Sempre foi assim. E, arrisco-me a dizer, que
será assim para sempre.
Neste contexto, não há nada mais importante que a troca de
diferentes pontos de vista. Aliás o progresso, a aprendizagem, o crescimento e
a educação nascem do cruzamento de opiniões várias. Algumas até antagónicas!
Caso não se esteja em presença de pessoas fechadas e fanáticas, podemos
facilmente concluir que todos crescem, se elevam e aprendem no contraditório.
Todos eles.
Há várias profissões que vivem do confronto de ideias diferentes.
Até na ciência isso se verifica. Na política então, por vezes até mesmo dentro
do mesmo partido, acontecem visões absolutamente distintas umas das outras! É
essa a principal essência da política e dos políticos. Viver a defender os seus
‘pontos de vista’. Para isso acontecer sem mágoas ou ressentimentos, basta
apenas um pequeno detalhe: as várias opiniões têm necessariamente de ter ‘abertura’
a todas as opiniões diferentes.
Nas ditaduras, nada disto seria possível, porque só há uma via de pensamento, sem dar qualquer hipótese a quem pense de outra forma.
Na política, e na sua componente asquerosa (que também a
tem), cobram-se putativos favores, como quem bebe uma imperial com tremoços no
verão, em qualquer esplanada. Significa, portanto, que a cobrança de apoios e
favores, servem para tudo. Até para subverter a lógica democrática.
Todos sabemos que assim é, até porque sempre foi!
Existe uma espécie de gente, que não alinha no debate, no
confronto da diferença e nunca se compromete. Nem com nada e muito menos com
ninguém. Não toma partido. Politicamente sempre correto. E, lá vão vivendo,
como simples videirinhos, cordeirinhos mansos que se enquadram na enorme
manada.
Quando chamados a tomar partido, nunca se sentem confortáveis nessa circunstância e, lá se vão deixando estar, equidistantes, neutrais,
descomprometidos e cobardes.
Hoje foi um dia que, sem qualquer surpresa, reconheci alguém
assim!
Nesta fase da minha vida, já pouco ou nada me irrita, para
ser totalmente sincero.
Limito-me a sentir apenas três coisas: asco, desprezo e distância deste tipo de gente.
Quando de políticos se tratam então, estes sentimentos têm
de ser elevados ao cubo. Porque se todos fossem assim, nunca haveria eleitos,
porque toda a gente se recusaria a tomar uma posição, apenas e só para agradar a
toda a gente. Sem agradar a rigorosamente ninguém, claro está!
São formas de estar.
Que abomino solenemente.
P.S. Hoje disseram-me que os outros não têm de ser iguais a mim. Que não devia impor ou tentar impor a minha forma de olhar a vida e o mundo a ninguém. Simplesmente porque não tenho esse direito.
É verdade!
Ninguém tem de ser igual a mim, ... mas eu também não tenho de ser igual a "certa" gente.
Pois amigo Rui, nao podem defacto ser igual a ti. Teriam que ser melhores pessoas e isso e algo que nao sabem nem conseguem ser. Nao sendo politicamente correcta, sao os verdadeiros falsos, a canalha da sociedade em que vivemos.
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