Bloqueios.
Tudo tem um tempo certo para
acontecer.
Foi, é e será assim sempre!
Toda a gente de uma forma mais ou
menos clara, sabe, com o andar dos anos, que esta é uma verdade universal.
É como os maus e os bons tempos.
Tudo tem o seu limite.
Gosto de imaginar que o ‘tempo’ tanto
das alegrias como das tristezas
Mais não é que o ‘suficiente’ para
se aprender, crescer e pacificar.
O único ‘desafio’ que esses dois ‘cenários’ aparentemente opostos, nos convoca é apenas saber distinguir quando estão a chegar ao fim e a mudar radicalmente de azimute.
Para quem está a viver intensamente
todas essas circunstâncias, não é fácil, perceber e visualizar a alteração de
horizontes.
Quando os tempos se dirigem a uma alteração significativa, alguns de nós, conseguem ir mantendo a distância e ver ao de longe a alteração dos tempos.
Não sou muito bom nisso, confesso.
Nunca fui, porque sempre vivo os
meus diversos ‘momentos’ de uma forma brutalmente intensa. E, essa ‘característica’
impede-me de ver, como diria Durão Barroso, ‘the big picture’.
Nunca pensei citar esta figura.
Digamos que a vida está sempre a surpreender-nos com estas pequenas ‘piadas’.
Não vou descrever todas as
alterações que se estão a passar neste momento com a minha vida. Não é por
nada. É que têm sido tantas e todas tão positivas que se as enumerasse a todas,
arriscar-me-ia a que ninguém acreditasse.
De facto, tudo me está a correr
bem.
Todos os meus sonhos, um a um, se
estão a concretizar.
Um a um.
E, ao mesmo tempo.
A vida lá deu a volta, como sempre
acontece com a vida de todos aqueles que não se limitam a desacreditar.
Um dos meus sonhos mais antigos
sempre foi reabilitar a minha casa.
A minha velha casa de 1905.
A ‘gruta’ que acolheu, com esta, 5
gerações.
Confesso que adoro arquitetura,
talvez por isso, e sem qualquer interferência de ninguém, quando o António
escolheu essa via, eu tenha ficado exuberantemente feliz, como sempre me
acontece com as ‘coisas’ da felicidade e da alegria. Sempre fui um tipo
exagerado com todas essas emoções. E, confesso, até gosto de ser assim. Vá
saber-se porquê?
Chegou finalmente a minha hora e a
hora da minha casa. Já mandei fazer há uns anos, dois projetos a dois gabinetes
diferentes. Um deles até entrou na Câmara da Marinha.
Nunca qualquer deles me satisfez ou
preencheu totalmente. O último, lembro-me de dizer ao Arquiteto principal, que
para mim uma casa tem de ter ‘alma’, como se de uma pessoa se tratasse. Ele até
achou piada e lá fingiu que acreditava no que eu tinha acabado de dizer.
Cumpriu razoavelmente com tudo o que lhe tinha proposto.
Não me encheu as medidas de forma
nenhuma.
Por diversos motivos tive de adiar
esse sonho, nos últimos 6 anos.
Chegou a hora.
Tenho acompanhado os trabalhos de
um Arquiteto Amigo meu na área da reabilitação urbana. Apresenta sempre uma
qualidade e bom gosto irrepreensíveis. Tinha finalmente encontrado o arquiteto
certo e ainda por cima meu Amigo. Uma amizade, cumplicidade, memórias várias partilhadas
na Vieira, em Leiria e, finalmente em Lisboa com diversas histórias algumas com
40 anos.
De cada vez que temos de comunicar
com privacidade, fazemos através do Messenger. E assim fiz.
Impossível.
Estou bloqueado.
Podia citar a troca de opiniões que
tivemos há uns dois ou três meses.
Nem me detenho a descrever o tema.
Nesta fase, já nada me tira o sono.
Nem me entristece.
Lamento.
Só isso.
Como em tudo na vida, há quem tenha
memória e a respeite acima de qualquer outra coisa.
Já existem outros que, … tudo esquecem.
Nem que seja por uma troca de
opiniões.
Banais opiniões diga-se.
Não vou ficar sem casa.
Isso não vou, com toda a certeza.
E também não fiquei sem um Amigo, porque nunca se fica sem algo que afinal nunca tivemos.
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