Balanços de fim de ano.

 


Desde que se souberam de todas as falcatruíces dos bancos por esse mundo fora (e, obviamente, por cá também), de banqueiros corruptos, alguns conseguem ainda viver, inexplicavelmente, fora das luzes da comunicação social e até contratam escritores decentes para lhes escreverem as suas biografias plenas  de fabulosas inteligências e maiores serviços prestados ao estado português, como foi, por exemplo, o caso de Jorge Jardim Gonçalves, que se limitou a ter perdido (depois de tudo ter sido revelado) e por ordem do Banco de Portugal que ‘andou’ anos e anos a fingir que não via o óbvio, determinou solenemente que o Senhor Engenheiro não podia mais exercer a actividade bancária porque tinha perdido a respectiva licença para manter a profissão de banqueiro (por acaso até prefiro bancário, porque de banqueiro nunca nada teve – nunca passou de um assalariado de luxo de alguns acionistas, que roubou indiscriminadamente, falcatruou as contas do Grupo BCP, esteve anos e anos sem rácios de capital, fez aumentar artificialmente o preço das acções do “seu” banco – é curioso como ninguém fala desse homem da Opus e do seu maravilhoso legado, tal como ninguém fala do seu magnífico sucessor, também da Opus, que se reformou aos 44 anos com uma reforma de 500.000 € anuais e outras mordomias quase pornográficas de tão absurdas), tendo ambos deixado o BCP quase à beira do fim.  Considero igualmente escandalosos todos os grupos de empresas que pagam impostos no Luxemburgo e laboram em Portugal. E depois e paralelamente a todas estas vergonhas lá foram aparecendo todas as nossas pequenas misérias de políticos corruptos, que convivem em plena harmonia com uma espécie bicéfala de legisladores e juristas. Também vamos assistindo a famílias inteiras em funções de nomeação política, e vamos todos verificando em quase toda esta gente um sentido de absoluta impunidade. Tropeçamos constantemente com a mediocridade mais gritante envolvida na política, a começar pela primeira figura do Estado português – um self made ‘mad’ man. Que em tudo se intromete, que diz que SIM com a mesma paspalha convicção que observa NÃO, passadas poucas horas e acerca do mesmo assunto. Temos mesmo tido a nível local um corrupio de ridículas vaidades e enormes constrangimentos. Tudo isto, desde o futebol até à política, aos impostos imorais, à gestão da coisa pública sem qualquer respeito pelos dinheiros que a todos pertencem.  O desconhecimento da importância da rés-pública dá nisto! São dinheiros que só parecem servir para servir a quem neles manda.

Somos um país de cunhas, da ascensão da mediocridade, do cinismo cretino e de todos os interesseiros desta vida.

Muito melhorou este país desde o 25 de Abril. Arrisco-me mesmo a dizer que quase em todos os domínios, estamos mais desenvolvidos. Acontece, porém, que não temos sabido passar de um país de merda. Porque ninguém é responsabilizado por qualquer erro cometido. Somos um país sem que ninguém seja responsabilizado por, rigorosamente, nada.

Relativamente à justiça, todos sabem que o PS está refém do processo Sócrates para reformar a justiça. Temos a extrema esquerda mais ortodoxa da Europa. Assistimos ao recrudescer da extrema direita, protagonizada por um bandalho sem qualquer ideia na cabeça, salvo gritar, ofender, caluniar. E, no entanto, com cada vez mais seguidores!

Temos dois Juízes que se odeiam visceralmente, vestindo a pele do Juiz bom e do Juiz mau. Vergonha. Cada um com milhares e milhares de páginas escritas, acompanhados na maior parte das vezes por investigações tendenciosas e totalmente amadoras de um Ministério Público asqueroso, que mesmo antes das coisas acontecerem passa todas as informações de qualquer démarche realizada para todas as televisões com o único objectivo de tudo fazer passar em directo e a cores. Será que não há responsáveis por todos estes atropelos aos mais elementares direitos de qualquer cidadão (inocente, até prova em contrário).

Que merda é esta do Alzheimer do Salgado? E o esquecimento do Bava mesmo com a sua assinatura aposta numa operação de 900 milhões que prejudicou centenas de clientes do BES. Pasme-se. Do BES.

É por tudo isto, que chegamos a um ponto que não vale a pena fazer qualquer balanço de fim de ano.

2021, até podia ter sido pior!

Bem vistas as coisas, até podia.


O Curto Ribeiro ter ‘arranjado’ o lugar de presidente da A. Municipal, até não foi mau. Sempre temos um programa cómico regularmente com o Dr. Guerra Marques a brilhar e a corrigir aquela anémona do Partido Socialista da MG. Ridículo como só ele.

Sim, 2021, podia ter sido bem pior.

A Cidália perdeu estrondosamente, o Nélson fugiu, o Curto ganhou e o JPP fuma cigarros na varanda da SS de Leiria. Para não falar do ‘traído’ Testa coitado. Até o Chicharrito o mandou passear para lá poder colocar o formiguita que nem se conseguiu fazer eleger como candidato a vereador. Foi repescado para Chefe de Gabinete do dono da Nazaré e agora, como vem na canção: “vai partir naquela estrada onde um dia chegou a sorrir!”

Balanços de 2021?

Sinceramente, é melhor tar quieto. Podia ter sido bem pior! 


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