Carta aos Sonsos.

 



Na vida em geral e na política em particular, sempre detestei gente sonsa. Pior, só mesmo os chamados ‘falsos sonsos’. Aqueles que são peritos em ‘dar uma no cravo e outra na ferradura’ ou como também se costuma dizer: “estar de bem com Deus e o diabo”.

Esta gente sempre foi perigosa, principalmente para os menos atentos e para os justos, que facilmente confiam em quase tudo e em quase todos.

A vida fez-me ‘endurecer’ em certas coisas. Simplesmente deixei de ter muita paciência para certas atitudes. E, ainda mais, porque os cínicos, nunca passaram de uns cobardes da treta e negligenciam sempre a inteligência dos outros. Isto revela em si mesmo uma postura de superioridade intelectual abominável.

Vem tudo isto a propósito da memória ou da falta dela, das culpas e dos culpados e da execrável forma de absoluta sem-vergonhice.

O povo da Marinha Grande votou.

Goste-se ou não dos resultados eleitorais, é do mais elementar bom senso respeitar os vencedores. E, vou mais longe ainda, de lhes desejar um bom mandato, porque é do nosso futuro colectivo que se trata.

Nesta altura não há lugar para guerras intestinas e sem qualquer sentido de cavar barricadas e contar espingardas.

Como escrevi recentemente: “Glória aos vencedores e honra aos vencidos”.

Deveria ser este o estado de espírito de todos os que se envolveram nos diferentes projectos e nos diferentes grupos (partidos políticos e movimento de cidadãos).

Estou sinceramente a ficar farto da não assumpção de responsabilidades por aqueles que, perderam clamorosamente. Falo de alguns personagens sinistros do Partido Socialista da Marinha Grande. Todos aqueles que evidenciaram “entradas de leão e saídas de sendeiro”.

Estiveram nos últimos quatro anos a gerir um partido gasto, com tantas e tão grandes traições ocorridas aquando da elaboração das listas para a Câmara Municipal e Assembleia Municipal em 2017. Provavelmente já ninguém se lembra. É a chamada falta de memória conveniente.

O mandato autárquico que ora termina não obteve o aplauso da esmagadora maioria da população do Concelho. O Engº Aurélio Ferreira, o seu projecto e a sua lista, só não tiveram uma claríssima maioria absoluta, porque na Vieira existiram três Homens que pelo seu enorme prestígio a isso o impediram. Refiro-me como é óbvio aos Senhores Álvaro Cardoso, Tenente-Coronel António Fragoso e, evidentemente, ao Dr. Rui Rodrigues! É bom que esta verdade seja repetida vezes sem conta. Porque parece que existem pessoas que nem sequer reparam ou não querem reparar nesta evidência monumental.

Fartei-me da frase “opositores internos”. Fartei-me, porque na MG, nunca houve oposição interna. Dentro das estruturas hierárquicas do partido, nunca ninguém foi ouvido. Pelo menos ninguém com posturas, ideias e atitudes diferentes do mainstream.

O que houve, isso sim, como deve haver em qualquer partido político democrático foram dezenas e dezenas de militantes e simpatizantes, com a, digamos, ‘audácia’ de pensarem pela sua própria cabeça. Se isto é uma atitude de ‘lesa-majestade’, não sei, sinceramente o que é uma atitude de ‘lesa-majestade’. Enfim.

Agora, pelo que leio e ouço, os únicos responsáveis pela maior derrota de sempre do Partido Socialista foram os apelidados ‘opositores internos’.

Muito bem. Conversa de quem nem coragem tem de saber assumir uma derrota, mesmo das mais humilhantes, como foi o caso.

Os responsáveis foram todos os socialistas que discordavam do Presidente da CPC, da Presidente da Câmara e mais alguns ilustres que por lá pululavam e depressa quiseram fazer parecer que tinham desaparecido. Nada mais falso! Ainda por lá andam a querer ajustar contas consigo próprios.

Um pensamento final e em tom de graça: Se os responsáveis foram os ‘opositores internos’ facilmente se conclui, que estes mesmos opositores internos conseguem influenciar milhares de marinhenses.

Repito: milhares de marinhenses.

Na Celebração da Missa, há uma parte do ritual católico bastante interessante onde se diz: “Por minha culpa, por minha tão grande culpa”.

Parece que existem ex-clérigos e outros, que já não se lembram dessa ‘passagem fundamental’ da celebração deste Sagrado Sacramento.

Como digo sempre: é a memória e a sua importância na construção de personalidades e de caracter.

Que Deus os abençoe a todos!


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