PFF - Palavras, Frases e Futuro!

 




Apesar do português ser uma das línguas mais ricas do mundo, é cada vez mais frequente a utilização de anglicismos parvos e novas ‘palavras inventadas’ na nossa atual forma de comunicar.

Irei tentar escrever um texto utilizando apenas vocábulos portugueses. Será também uma forma ‘divertida’ de constatar que temos palavras, necessárias e suficientes, para acompanhar os novos tempos repletos de chavões mundialmente utilizados.

Todos os ‘fazedores de opinião’, ‘influenciadores’ e ‘construtores de imagem’, facilmente condicionam os gostos, as tendências, as preferências, as marcas e as modas.

Quase tudo na nossa vida se encontra, de uma forma ou de outra, condicionado.

Poucas são as possibilidades que nos vão restando para fazer opções de uma forma espontânea e absolutamente livre.

A política não é exceção, evidentemente!

No entanto, sempre existirão frases clássicas, de tantos anos e séculos permanentemente verdadeiras e atuais.

Estas três por exemplo, são imortais, tal como a vida dos seus autores. E, no presente contexto político cá do burgo, irremediável e lamentavelmente aplicáveis.

A democracia ocidental tem origem em Atenas, na Grécia Clássica. Os gregos antigos criaram a ideia de cidadania, que se estendia ”àquele que é considerado cidadão e poderia, portanto, exercer o seu poder de participar da política da cidade”.

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Eleito em 1860 como presidente dos EUA, Abraham Lincoln era um dos grandes oradores do seu tempo, capaz de discursos em que dizia muito com poucas palavras. Ficou na história por evitar o desmembramento do país, abolir a escravatura e defender o “governo do povo, pelo povo e para o povo”, apesar de só ter entrado na Casa Branca com 39% do voto popular.

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Um dia, Mahatma Gandhi, disse numa entrevista a um jornal americano: "Quando me desespero, lembro-me de que em toda a História a verdade e o amor sempre venceram. Houve tiranos e assassinos e, por um tempo, pareciam invencíveis mas, no final, sempre caíram. Pense nisso! Sempre."

Como é óbvio, não irei tecer qualquer comentário, porque as frases intemporais nunca necessitaram de definições ou aplicações a realidades, sejam elas quais forem. De resto, “para bom entendedor, … “

O dia de ontem, para mim foi um misto de profunda amargura e felicidade absoluta. Parece estranho, não parece?

Pois. Mas não é.

O meu velho camarada de partido Álvaro Cardoso, a sua magnífica equipa e toda a enorme dignidade, inteligência, humildade e total empenho que conferiu na sua candidatura e projeto, conseguiu alcançar na minha terra, uma esmagadora vitória, que lhe foi conferida pela enorme maioria dos vieirenses.

É um raro privilégio conhecer Homens como o Álvaro. É uma enorme alegria pertencer desde há anos e anos a um partido político, que agora, acima de tudo, necessita renascer. De se reinventar, de congregar os nossos melhores, dentro de todos os nossos melhores!

É o que desejo. Penso que é o que todos os socialistas da Vieira desejam. Enfim, … quase todos.

A amargura com que ontem acabei o meu dia, foi apenas motivada, não pelo resultado eleitoral. Registe-se. Porque qualquer democrata aceita a voz do povo, quando esta lhe for pedida.

Contudo, a tristeza de fim de noite que ainda hoje me acompanhou todo o dia, tem a ver com uma imagem desoladora e uma, de entre muitas, atitudes que constatei.

A assunção da derrota da ainda presidente de Câmara e o cenário humano que a acompanhava entristeceram-me profundamente. O rosto da profunda solidão, do vazio absoluto e do fim. Com poucas ou quase nenhumas pessoas, como acontece, infelizmente em todas as derrotas.

Os ratos. Todos os ratos do Partido Socialista da Marinha Grande desapareceram dessa imagem. Abandonaram os seus líderes, os seus mentores, os seus ‘donos’. Não tive pena. Sinceramente não senti pena de ninguém. Senti sim, uma profunda revolta, por certas coisas na nossa vida se manterem desde há milénios sem qualquer alteração.

A traição, o oportunismo cínico, a profunda cobardia e desorientação de quase todos os ausentes deixaram que ontem tivesse acabado o dia triste. E hoje ter mantido essa tristeza.

Como todos sabem nunca fui entusiasta da candidatura e recandidatura da professora Cidália. Nunca fui e nunca o escondi. Não me arrependo de nada do que disse ou escrevi a esse respeito.

Caso o resultado eleitoral tivesse sido outro, a moldura humana na assunção (nesse caso da vitória), transbordaria em sorrisos, eternos abraços, bandeiras e barulho de felicidade.

Tal não aconteceu!

O que verifiquei quase em simultâneo foi apoiantes e membros de listas fervorosos durante os últimos meses, apagarem das suas páginas do fb todo e qualquer sinal da sua participação nesta campanha e nas listas derrotadas. Alguns até são técnicos superiores da Câmara Municipal, que, mais uma vez, deram três saltos mortais prá frente ou pra trás em busca de um descomprometimento total com a candidatura derrotada. Outros apagaram as suas contas do fb. Outros ainda, atiram a culpa para outros e mantêm-se entretidos a apontar culpados. Todos culpados, desde que não sejam eles próprios.

O meu partido encontra-se ferido de morte.

Ferido, … de morte.

Foi assim que o deixaram.

Quem não entender que o futuro do PS da Marinha Grande se encontra comprometido é porque ou é, como se diz agora, ‘negacionista’ ou porque é parvo.

O futuro dos socialistas do concelho é incerto, difícil e duro. Mas, ... as vitórias saboreiam-se melhor durante a luta, a provação e a dificuldade. Desde que todo esse difícil caminho seja acompanhado sempre por quem também soube e sabe estar do lado certo da história.

Termino, invocando uma célebre e justa frase que ninguém ontem proferiu: “Glória aos vencedores e Honra aos vencidos”.

Viva o Partido Socialista da Marinha Grande. Sempre.

Comentários

  1. Excelente análise e um óptimo texto escrito só em português.... Parabéns.

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