Este meu partido tá podre.

 



Sou militante do Partido Socialista.

Sou militante de um partido político democrático. De centro-esquerda. Um partido moderado e livre. Composto por gente ‘livre e de bons costumes’, como se diz em qualquer cerimónia de iniciação na Maçonaria.

Com raízes laicas, republicanas, católicas, operárias e todas, obviamente, antifascistas. Não tenho qualquer memória de saneamentos, perseguições, insultos e ameaças a quem pensa diferente.

Tenho memória, isso sim, de grandes marinhenses que o fundaram no Concelho. De todos, poucos estão vivos. Muito poucos. E de outros enormes democratas que mais tarde engrossaram as nossas fileiras e o serviram magistralmente, como por exemplo foi o caso do saudoso Dr. Osvaldo Sarmento e Castro.

O nosso partido no Concelho encontra-se irremediavelmente irreconhecível, de tão cínico, oportunista, vulgar, medíocre e hipócrita.

Quando militamos num partido democrático, devemos ser leais a quem? Ao partido, ou a nós mesmos?

Bela questão. Sem dúvida.

O ideal comunista é lindo. Só que utópico. A minha tia Helena Branca costumava dizer do alto de todo o seu proclamado ‘ateísmo’, que só tinha existido um comunista na história, que teria sido Jesus Cristo. Ainda mais ela, que sempre fingiu, nunca acreditar Nele!

Coisas desta minha Casa, que dava um livro, com tanta gente ‘estranha’ que por cá viveu e por cá vive ainda.

Nunca fui um tipo disciplinado e obediente. As normas pré-estabelecidas, as convenções e rituais tidos por indiscutíveis, nunca foram a minha forma de estar. Nunca fui um homem reservado nas minhas opiniões. Cometi e cometo tantos erros na vida, mas sempre me senti bem com as minhas atitudes. Sempre dormi bem com elas.

Por vezes sou injusto, outras vezes excessivo, outras ainda impróprio. Em todas essas circunstâncias, nunca necessitei de ninguém para me dizer que estive mal.

Basta a minha consciência. Nunca tive qualquer problema em assumir erros. Maiores ou menores.

Agora, receber lições de pessoas que sabem ser tudo menos elas próprias em nome de um putativo ideal, obediência política ou partidária, não me lixem!

Nunca me filiei no Partido Comunista!

Sou militante do Partido Socialista.

Não posso dizer, que discordei desde a primeira hora da candidatura da Drª Cidália a presidente de Câmara há quatro anos?

Não posso dizer desde o primeiro dia, que entendi completamente quem é o ainda Presidente da Comissão Política Concelhia do PS da Marinha?

Não posso dizer em público o que todos dizem em privado acerca da essência oportunista e cínica do ex-deputado pelo distrito de Leiria, que agora foi transformado num director de uma coisa qualquer?

Não posso dizer que a Drª Cidália para além de extremamente limitada intelectualmente é mentirosa, divisionista, perversa e traidora?

Não posso dizer, que este foi o pior executivo camarário de todos os tempos, incluindo os tempos anteriores ao 25 de abril?

Não posso dizer que contesto um processo de expulsão movido por um homem rancoroso, que sempre teve uma agenda própria e traiu a ainda Presidente Cidália e o anterior Presidente Paulo Vicente?

Retirou por esta altura todo o seu apoio, deixou de trabalhar como Chefe de Gabinete embora continue a receber honorários e só apareceu numa fotografia em frente ao tribunal da comarca, extremamente bem vestido para a ocasião?

Não posso dizer que os órgãos hierárquicos do PS da Marinha (CPC e Secretariado) estão repletos de funcionários da Câmara, para assim ficarem controladas todas as votações?

Não posso dizer que tudo isto é verdade e tem-se passado à vista de todos e ninguém abre a boca?

Não posso dizer que tive telefonemas da Drª Cidália pelas 9 da manhã para ‘dividir para reinar’ e dizer mal de Amigos meus de sempre, mas que durante alguns tempos tiveram discordâncias comigo?

Não posso dizer que me fartei deste partido com este tipo de gente a mandar nele?

Se tiver de ser expulso por tudo isto, farei, como fiz com o BCP. Levo tudo até ao fim!

Vou fazer 230 Km a pé até Santiago de Compostela. Será a segunda vez.

Até ao dia das eleições não escreverei nem mais uma linha acerca de política local. Não tenho mais paciência para isso.

Agora, receber lições de dignidade, de honradez, de verdade e também do sentido do ridículo (como recentemente recebi), não concedo a ninguém esse direito.

Andaram 4 anos de olhos fechados. Não por serem burros, mas por serem cínicos.

Não têm nada, rigorosamente nada para me ensinar como ser um homem de bem.


Comentários

  1. Tu és como teu pai foi um grande ser humano. Boa viagem amigo que tudo corra bem . Sabes que acima de tudo a amizade continua. Bj

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  2. Claro que podes dizer o que te apraz e permite-me aplaudir.👏👏 Espero sinceramente que no dia 26/9 as pessoas tenham os olhos bem abertos e saibam onde não devem pôr a cruz.
    Bjo Rui e bom caminho

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