O tempo e o seu propósito.

 

Tudo na vida tem o seu tempo.

As pessoas, os animais, a natureza e até as coisas

Têm o seu tempo!

Estes azulejos fazem parte da minha casa desde o final dos anos 60.

Sessenta e tal anos, portanto.

Mais ano, menos ano, irão desaparecer.

Apesar de bonitos.

Incontestavelmente bonitos.

Só que, tal como os iogurtes, têm prazo de validade.

E, nesta altura, estão a fazer mais mal que bem a todas as paredes que revestem.

Dantes, todo o tipo de substituições como esta faziam-me bastante impressão.

Agora, penso apenas que fazem parte da vida e dos seus inevitáveis ciclos.

Tirei esta fotografia com o único propósito de deixar registo do que durante muito tempo, foi.

Para ser talvez mais fácil, decidir o que durante muito mais tempo (como se deseja) será.

É, também por isso, que sempre comparei uma casa velha, (com décadas, neste caso, mais de um século, pertencente a diversas gerações da mesma família, onde tudo foi acontecendo ao ritmo dos tempos e da vida), … sempre a fui confundindo com o ‘percurso’ de certas pessoas que nela habitaram.

Dentro de algum tempo (pouquíssimos anos, penso eu – um ou dois), será chegada a hora de lhe oferecer outra roupagem. Sabendo, no entanto, que por melhor que possa ser, terá também os dias contados.

Tal como a vida de uma pessoa.

De qualquer pessoa. Até um bebé, acabado de nascer.

Como alguns dizem, quando olham para um recém-nascido: “a única coisa certa que este menino(a) tem como garantido, é que um dia irá morrer!”.

Para além de certa e completamente lúcida, esta forma de pensar, resume numa só frase a vida de todos nós.

Tenho imensa pena, que a maioria se esqueça ou vá esquecendo, “por gestos e palavras actos e omissões” que a vida é um tempo breve.

E, 

Não merece,

Que percamos tempo com pessoas, circunstâncias e projectos que sinceramente não valem um segundo da nossa atenção.

Tenho falhado redondamente neste aspecto.

Não é que me arrependa de ter pensado, dito ou escrito qualquer opinião, tenha ela agradado ou desagradado a quem fosse.

Simplesmente, porque me vou dando conta de que (felizmente) tenho coisas bastante mais interessantes com que me entreter.

E,

neste momento,

Todo o meu tempo

Se tornou absolutamente,

Indispensável

E

Curto, para o ir perdendo

Com coisas, pessoas e circunstâncias,

Que não o merecem

Minimamente.