Grupo faceboock Praia da Vieira

 



A magnífica ideia de 'construir' um espólio fotográfico único da Praia da Vieira do século passado, com a generosa colaboração, o mais alargada possível, de todas as pessoas e famílias detentoras de registos fotográficos até agora desconhecidos, é, sem qualquer margem para dúvidas, digna do nosso maior aplauso de regozijo e agradecimento.

O resultado óbvio para todos nós, seria a transformação em livro, após escolha, datação e arrumação de todas as fotografias e a consequente edição com qualidade de excelência tanto da imagem como do papel.

A Biblioteca de Instrução Popular, Biblioteca de Instrução e Recreio, Junta de Freguesia da Vieira e Câmara Municipal da Marinha Grande deveriam reunir esforços para a edição, promoção, apresentação pública e divulgação dessa obra e, com isso, deixar uma marca evidente no nosso património histórico e sócio/cultural, impar no país. 

Esta ideia parece óbvia para todos. Contudo, alguém tinha de a divulgar, porque, como em tantas outras coisas importantes, há sempre quem finja que não está a acontecer nada de importante nesta soberba partilha de imagens do nosso passado colectivo. 

São este tipo de absolutas e incompreensíveis distrações de quem nada tem na cabeça, para além da ideia salazarenta de ter os cofres cheios, através de uma ausência absoluta de projectos e de ideias, optando-se pela poupança quase absurda de uns cobres, permitindo que os saldos de caixa, continuem a apresentar uma solidez financeira desproporcional e, absolutamente chocante. 

Uma edição desta grandeza, até pode, digamos, contribuir para dignificar ainda mais 'os pexinos'. Coisa sempre a evitar, quando existem cabeças com direito a decisão, mas totalmente 'enformadas' de ridículos preconceitos 'regionais', culturais e mesmo históricos.

Deixo-vos com uma das mais belas fotos (até agora, para mim, totalmente desconhecida) que vi nesta partilha de grupo.

E, republico partes de um texto que escrevi, aquando da edição, em Dezembro de 2000, do CD do Rancho Folclórico Peixeiras da Vieira realizada pela parceria BIP/CMMG/JFVL. Quando a junção de todos os esforços e vontades era possível e existia realmente!

Num tempo desinteressante em que quase tudo se apaga ou esquece, se cultiva, essencialmente, o efémero e é valorizado apenas o imediato, se negligência o distante, a memória e se vão negando e branqueando circunstâncias, valores e algumas vontades, a Biblioteca de Instrução Popular arrisca a edição dos sons, da cor, dos trajes e das histórias que fizeram a velha Praia do Liz.

Este disco é isso tudo, somos todos nós, é um tempo que já não existe.
Mais do que registar as velhas canções do povo da Praia do Liz, apostamos tudo na memória daqueles que gritaram “É Rasa”, daqueles que para sobreviver corriam das fábricas depois de um dia inteiro de trabalho, para entrar no mar, daqueles que pescavam no Verão e apanhavam lenha no Inverno, dos que iam para o Tejo quando o mar se fechava, daquelas que vendiam o peixe por todo o lado, a pé, com canastras à cabeça.
Esse, foi um tempo que deixou de existir, importa não esquecer que existiu, aqui na Vieira, durante décadas.
Os porquês dessas circunstâncias todos sabemos, torna-se urgente falar deles novamente, porque a Vida destas pessoas foi muito dura, e a ausência de memória, por vezes, deturpa a “verdade”.

BIP, Dezembro de 2000"  

Comentários

  1. Com mais ou menos ferradela, como é teu timbre, estás coberto de oportunidade. É tambem nesse grupo, que se mostram fotos, de indumentárias, costumes culturais e outros, onde dificilmente se encontram noutro qualquer sítio, pela simples razão, de serem publicadas pelo povo. Que se avance.

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  2. Em tempos a Junta de Freguesia, a expensas suas e em tempos de “ vacas magras”, cumpriu esse seu dever - deixar em livros a historia e as memórias do povo Vieirense.
    Outros tempos, outras vontades.

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