Fernando Tordo canta "O Escritor"


Ultimamente tenho-me questionado porque escrevo (mal ou bem - mais mal que bem, evidentemente!), com tanta regularidade. Pode até a maioria gostar de escrever e, feliz ou infelizmente, muitos de nós escrevem com assiduidade. Uns por uma necessidade maior que eles próprios, como penso tem sido o meu caso. Como se fosse um vício completamente incontrolável, outros, por vaidade ou necessidade de possuir uma forma de afirmação pública, que os redime de todos os pecados e pequenas e grandes hipocrisias. Essa é sempre uma escrita, smoth, 'suave' e totalmente descomprometida. Não desagrada a ninguém. Antes pelo contrário. Não tenho nada a ver com esse tipo de gente. Aliás sinto sempre alguma repugnância por essa forma de se estar e de se ser. Mas, dizia eu, quem escreve com regularidade, e, sem motivo aparente, trás em si mesmo uma maldição, porque escrever com o coração, é das coisas mais difíceis de fazer, porque duras, porque evitáveis (quase todas elas) e porque definem sempre uma opinião e forma de estar. Não é fácil escrever. Nunca foi, pelo menos para quem o faz com coragem e autenticidade. Quanto a todos os outros (os que exaltam um poema ridículo cujo autor é 'conhecido', uma opinião medíocre de terceiros, apenas para estarem de bem com tudo e o seu contrário), podem até escrever bem, com um português escorreito, brilhante e uma gramática irrepreensível, mas nunca passarão de uns vendilhões do Templo. Como se dizia do Duque de Saldanha, 'uns 33 caras'. O fb está a abarrotar de Duques de Saldanha.    


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