As Aventuras de Lélito, o Pateiro.

 



As piscinas oceânicas. 

Confesso que me custou a adaptar a nova nomenclatura das reuniões de Câmara. Por insistência no uso da ‘Anita na Vereação’, passou a designar-se Reunião do órgão. A princípio ainda pensei que se referisse ao Orgão Reprodutor, depois e como não fazia sentido nenhum, ainda pensei que era o Orgão da Sé, mas como isso era em Leiria tive de perguntar ao Cacaranha (na altura líder dos gajos da Secção do Norte), que prontamente me explicou tratar-se do Orgão a pedaleiras do Zé da Quinta. É um portento de conhecimento aquele Cacaranha.

Dizia eu, encontrava-se marcada a reunião do Órgão de tubos, digo da Câmara Municipal em São Pedro para mais um road show Mpmista.

Desta vez para apresentar projetos em 3D das desejadas piscinas oceânicas daquela praia. A partir deste ano e até às próximas eleições toda a gente sabia, que seria um ror de projetos, maquetes, pedidos de financiamento para obras públicas, alcatrão eleitoral em todas as ruas menos naquelas que a Junta de Freguesia da Rivieira se tinha proposto fazer.

Foi essa a conclusão principal da reunião secreta das cúpulas do poder instituído na Marinha Grande. Reuniram nessa altura os cérebros, ‘Lélito, o pateiro’, ‘Anita na Vereação’, ‘João Sarrico’ a servir cafés e águas, o grande líder parlamentar ‘Careca dos dedos grossos’ e o ‘Financiador Discreto’, mas altamente influente. Convidaram ainda o ‘Grito afónico’, por uma questão de cortesia, não fosse ele contar que não lhe tinham dado importância. Como não tem voz, porque é afónico, senta-se, faz que sim com a cabeça e não atrapalha. É só mais um café com cheirinho que o ‘Sarrico’ tem de servir.

Atrás da porta, disfarçada de fotografa estava a ‘Emplastrina’ a ouvir tudo para ir contar ao dono do pasquim lá da terra, o ‘Doutor em 18 de janeiro’.

A ‘Emplastrina’ também se “largou” com o ‘Fanhoso’ e com a ‘Cagari Cagaró’, que foram cheios de medo logo a chorar para casa do ‘Chat GPTâncio’, aquele que sabe tudo e escreve a uma velocidade superior à velocidade da luz. Desta vez a coisa estava complicada. “Como é que se pode dizer mal de uma coisa que, à primeira vista está bem?” dizia ‘GPTâncio’, que como é muito rápido a concluir, nem pensou no óbvio, porque aquilo era uma manobra de propaganda sem qualquer enquadramento nas condições legais que se encontram na escritura inicial dos terrenos das piscinas para usufruto público. E disse logo, “só nos resta uma coisa: Dizer bem da Professora Maria da Fonte da MG que coitadita até se fartou de chorar em todas as negociações com a APA, Ministérios e esses gajos todos e agora aparece o Lélito, o pateiro, a Anita na Vereação e o Grito a dizer que é tudo obra deles.”

Primeiro foi o financiamento das piscinas municipais, que antes de se saber quanto irão custar já estão a pedir autorização aos representantes do povo para se esbardalharem num empréstimo, agora as piscinas oceânicas e depois o que virá? Sim o que virá dizia a ‘Cagari Cagaró’ pensativa, “eu gostava mesmo é que fosse um grande hospital central para eu mandar naquilo tudo”.

E ‘Cagari Cagaró’ e o ‘Fanhoso’, lá leram uns papéis escritos pela Maria da Fonte e pelo GPTâncio a enaltecer o trabalho que se encontrava todo prontinho pelo executivo anterior.

‘Lélito, o pateiro’, respondeu com aquele sorriso que lhe é característico que queria lá saber quem é que levava com a medalha de papelão. Desde que se fizesse obra, isso é que interessava.

E assim terminou mais uma reunião do Orgão.


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