Intelectuais Comunistas.

 


Confesso que a geopolítica sempre me fascinou, ainda mais quando penso ter tido um grande Professor no quarto ano de económicas e depois disso no Mestrado e ainda após isso na minha espécie de primeiro ‘trabalho remunerado’, sempre e sempre com o grande e saudoso Armando Antunes de Castro. Às vezes penso, como é que ele estaria agora a devorar artigos e opiniões pela noite dentro. Naquele tempo a net não existia. Existiam sim milhares e milhares de artigos recortados e sublinhados por todas as divisões da sua casa, onde como já um dia por aqui escrevi, tive o raro privilégio de trabalhar. E com isso contribuir para o acumular de artigos em montes e montes espalhados pelo chão daquela casa na Ferreira Borges em Campo de Ourique.

De cada vez que penso nessa fase maravilhosa da minha vida, lembro sempre o estafado provérbio chinês: “se nunca quiseres trabalhar na vida, faz uma coisa de que gostes muito”. É mais ou menos assim essa ideia chinesa.

Comigo e com o Professor Armando de Castro foi.

Nessa altura, mesmo sem net, e com dezenas e dezenas de publicações de política internacional, lidas, sublinhadas, discutidas e arquivadas, … com 24 anos, era toda uma vida que se desenhava à minha frente. Brutal. Aquele homem e essa ‘tarefa’ que me tinha confiado nunca foram comparadas com rigorosamente nada que alguma vez fiz na vida.

Inteligência pura.

Para um puto com 24 anos e com todos os sonhos à sua frente, nada poderia ter sido mais fascinante.

Passados os anos que foram, muitas vezes me pergunto, como estaria agora aquele homem …

Conviver com pessoas demasiadamente inteligentes é sempre um risco enorme.

Nunca aprendemos tudo.

Nem lá perto.

Quando muito ficamos com a certeza da nossa pequenez intelectual, entre outras coisitas menores.

Aprendi o suficiente para me encontrar agora profundamente desinteressado com todas as enormes falácias da informação (!) dita, escrita e tida como conveniente, porque propagandeada com todo o ‘entusiasmo’ pelo dito ocidente livre (?).

Não tenho qualquer paciência para os escribas do costume. Nem dos prós e muito menos dos ‘contras’, acerca da guerra na Ucrânia. Chateiam-me todas aquelas considerações brutalmente enviesadas dos proto intelectuais não direi de taberna, porque nas tabernas, só os bêbados pontificam.

No meu tempo, em Lisboa, os pensantes reuniam-se de uma forma pretensiosa em ‘bares’.

Era mais fino.

No ‘Snob’, no ‘Procópio’, no ‘Trumps’, no ‘Fragil’ e por aí fora. Era aquela intelectualidade da esquerda velha e da direita nova (do semanário ‘O Independente’).

Nunca frequentei esses ‘nefastos’ ambientes. Eu era mais o Bairro Alto do restaurante ‘Alfaia’ e do ‘Jamaica’ no Cais do Sodré. Era mais ‘sóbrio’ esse ambiente. E também o Hot na Praça da Alegria e por aí fora. Jazz, jazz sempre!

Quando ouço ou leio os ‘palecos’ do costume a diabolizar a Rússia ou a absolvê-la ‘simpaticamente’, lembro-me sempre que a segunda Guerra Mundial acabou há 70 anos e, parece que todos esses demónios ainda enviesam todas essas análises geopolíticas do presente.

Pelo menos assim tem parecido pela leitura de todos os ‘experts’ cujos escritos tenho frequentado abundantemente, por todas as redes sociais que feliz ou infelizmente vou consultando diariamente.

Hoje vi diversas publicações do candidato a Presidente de Câmara da Marinha Grande do Partido Comunista, porque, sejamos claros, do Partido Comunista se trata, como sempre se tratou, desde que a ‘foice e o martelo’ tiveram de ser ‘disfarçados’ primeiro com o MDP e depois com ‘Os Verdes’ (ainda gostava de saber quem são os militantes do Partido ’Os verdes' da Marinha, da Vieira ou da Moita (sim dessa terra que elege um quase torturado pelo fascismo que foi do PS, ainda a Moita era de Alcobaça, depois um feroz militante do +Concelho e agora transfigurado em comunista desde sempre - que grande antifascista aquele homem!!!!).

Chateia-me toda a gente saber disto e ninguém o dizer ou escrever. Mas pronto, ‘Força Franklim, és o maior!’.

Mas dizia eu, acerca dos intelectuais do momento que diabolizam os ‘Nazis-fascistas’ com fotos abundantes de uma das cidades mais bonitas da Europa Central como é Praga, esquecem-se sempre de mencionar os mais de 8 milhões de pessoas mortas pelo regime de Estaline.

Uma vez li um artigo excecionalmente bem escrito pelo Miguel Sousa Tavares a pedir explicações a todos os ‘Pablos Picassos’, ‘Josés Saramagos’, ‘Jorges Amados’, ‘Gabrieis Garcias Marques’ e outros intelectuais comunistas, que sabiam e sempre souberam o que se passava para além dos Urais e sempre viraram a cara para o lado, porque isto de ser comunista por vezes até parece que somos mais inteligentes, sensíveis e solidários que todos os outros.

Mas, assistir a um jogo da NBA na capital do Imperialismo dá sempre direito a uma selfie.

Desculpa Alexandra. Confio sempre no teu sentido de humor! 😊

E sim, a América há muitos anos e muitos mandatos que está uma merda. É mesmo caso para dizer que finalmente se tornou num país fascista!

 


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