Ano Novo, Propaganda Velha!


 

Quem assistiu na passada segunda-feira à última reunião de Câmara viu terem sido inauguradas ‘novas e originais formas de comunicação com o povo’.

A propaganda eleitoral no seu máximo esplendor.

Curiosamente, o executivo com pelouros decidiu algo inédito, ou seja, começar pelo pior. Isto é, pelo licenciamento das obras.

Este problema é velho de anos, é certo. Só que, nunca ninguém o tinha previamente abordado com tanta ‘coragem’ e determinação, prometendo a todos, que o iria resolver como num passe de mágica, como estes senhores que ainda por lá estão e por lá desejam permanecer por mais tempo.

Dividindo uma Divisão em duas, aumentando exponencialmente o número de colaboradores adstritos na Divisão de Licenciamento e volvidos 3 anos, o que se verifica agora?

Pouco, para não dizer rigorosamente nada de diferente., porque o caos permanece.

O cancro da Câmara continua o mesmo, sem evidenciar quaisquer sintomas de remissão. Mas, mesmo assim, gabam-se de todas as ‘significativas’ melhorias que pensam ter imprimido.

Divertido foi ler um post do Secretário da Presidência e candidato a Vereador (não eleito por 73 votos apenas) Dr. Carriço, a concluir o seu texto com a maravilhosa frase propagandística acerca do tema dos licenciamentos de projetos:

“Casa Arrumada!”

Nunca tive, como outros, nada contra a nomeação de gente da confiança política de quem venceu as eleições, quer fossem, secretários, adjuntos, chefes de gabinete, etc. Penso ser um direito democrático que assiste a qualquer executivo em funções. Querer trabalhar com pessoas da sua estrita confiança pessoal, profissional e política.

Para mim, todas essas nomeações não se devem nunca traduzir na estafada frase dos “jobs for the boys”. Isso é para os demagogos de serviço, que os há sempre nestas andanças. É populista e medíocre resumir esse tipo de nomeações a essa frase, que alimenta todas as conversas de esplanada de todos os ressabiados e incompetentes da vida.

Aqueles que acham que os vencimentos dos políticos são escandalosos, quando na verdade o não são.

Só que, como vivemos num país de invejosos e despeitados, esse tipo de comentários, têm sempre muitos aplausos da turba estúpida e imbecil. É também por isso, que a política anda tão mal frequentada.

Quando o presidente da Caixa Geral de Depósitos aufere 30 vezes mais que o Ministro das Finanças do qual depende, está tudo dito acerca dos salários dos políticos em Portugal.

Nas autarquias a realidade não é muito diferente. Também por isso, os melhores se afastam da política. Auferem muito mais nas profissões que desempenham.

Temos Vereadores a ganhar pouco mais de 10% do vencimento de um chefe de divisão. Isto é justo? É equilibrado? É motivador para quem se sujeita a uma exposição permanente para poder servir os outros?

Pois, não me parece!

No caso desta Câmara da Marinha Grande, podemos até dizer que todos os elementos que compõem o executivo permanente ficaram substantivamente melhor (em termos de ordenados auferidos) do que estavam aquando do desempenho das suas anteriores funções quando trabalhavam na ‘iniciativa privada’ ou noutros serviços do estado. Todos os 3, sem exceção. Mas isso agora, também não interessa nada.

A campanha eleitoral começou na última reunião de Câmara.

Não tenho nada contra isso. Faz parte deste eterno ‘jogo de sombras’ que caracteriza estes momentos. Se fosse o PS ou a CDU que estivessem a governar seria a mesmíssima coisa. Que ninguém tenha qualquer dúvida acerca disso.

Só que, neste caso, podemos concluir que o senhor Presidente da nossa Câmara Municipal continua a pretender brincar com a inteligência dos outros.

Senão vejamos:

O projeto do Mercado Municipal encontra-se pronto e adjudicado?

E a primeira pedra da Piscina Municipal (com projeto que vinha do anterior executivo) foi (pelo menos) lançada?

O terminal Rodoviário com espaço de carga elétrica para automóveis, parqueamento de táxis, cais para a Rede de Expressos, TUMG, autocarros de carreira, estacionamento público gratuito para centenas de automóveis e espaços verdes? Projeto com financiamento a 85% com fundos comunitários já aprovados, encontra-se concluído?

O Espaço da FEIS, no coração da cidade da Marinha, adquirido pelo executivo anterior tem alguma ideia subjacente para a sua utilização?

Nada disto se encontra feito, nem pensado nem executado!

No entanto, agora, só agora, aparecem umas novidades engraçadas.

Três a saber.

A primeira, a Albergaria Nobre. Um projeto de 6 milhões de euros! Com obra adjudicada.

E claro, projetos em 3 D para todos os gostos.

Nem 40 estudantes conseguirá albergar, mas está adjudicada a obra e dela se faz gala. Será como no malogrado projeto para a modernização do Auditório António Campos na Praia da Vieira, que foi ostensivamente apresentado aos vieirenses e que, ……… perdeu o financiamento aprovado pelo executivo anterior por incúria absoluta e total incompetência deste executivo?

E, quando se realizou uma reunião de Câmara em S. Pedro de Moel, aproveitando a ocasião para se gabarem de uma obra PRIVADA nas piscinas oceânicas, que afinal já não se irá concretizar.

Até com putativas obras privadas se gabam estes políticos independentes. Obras essas que afinal não conhecerão a luz o dia!

A pergunta mais óbvia é esta: existem 68 habitações sociais que carecem de pequenas intervenções orçamentadas em 148.000 €. Estou a falar de 68 famílias, ou seja, cerca de 272 pessoas.

O que fez este executivo acerca destas quase 3 centenas de pessoas que vivem abaixo do limiar de pobreza e mínima dignidade? Não fez rigorosamente nada. Preferiu estoirar 6 milhões de euros para 40 estudantes que irão frequentar o IPL em Leiria!

Agora, como se de uma novidade se tratasse, começou a nova 'senda' do ‘Museu da Floresta’. Isto é para acreditar?

Muito bem trabalha a Inteligência Artificial a criar ‘bonecos’ em 3 D para o povo olhar deslumbrado…

Mas qual Museu, qual nada se nem a porcaria dos passadiços na floresta souberam tratar em 4 anos…

“Casa Arrumada” dizia o Dr. Carriço referindo-se à divisão de licenciamento de obras particulares.

Este executivo criou 17 divisões. Onerando com isso em mais de 1.000.000 euros/ano os cofres municipais.

“Casa Arrumada”!

Então, como se justifica que ninguém queira trabalhar com esta gente?

A saber, as divisões que a seguir descrevo sofreram, todas elas substituições e demissões sucessivas num período de dois anos e meio após a nomeação dos seus chefes da estrita confiança (política, profissional e pessoal) do executivo que as nomeou:

Divisão Jurídica;

Divisão de Contratação pública;

Divisão da Saúde;

Divisão de Gestão urbanística (já vai no terceiro chefe);

Divisão Financeira (sem qualquer chefe, por demissão da anterior que ocupou o cargo por mais de 20 anos sucessivos);

Divisão da Cultura;

Divisão da Educação;

Divisão de Informática.

Estas oito divisões orgânicas da Câmara Municipal da Marinha Grande conheceram demissões de todos os Chefes nomeados pelo Presidente Aurélio Ferreira neste mandato.

A pergunta óbvia tem de se colocar:

Porque é que alguém se demite, depois de ter aceitado a incumbência de chefiar uma divisão, auferindo com isso melhor vencimento?

Pois é João Carriço, isto da “Casa estar Arrumada” parece ter muito que se lhe diga rapaz!

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