"É querer estar preso por vontade."
Esta estrofe do poema de Camões que começa com a conhecidíssima frase: “o amor é um fogo que arde sem se ver”, sempre foi relegada para segundo, terceiro, quarto plano desse enorme poema único no mundo.
“Querer estar preso por vontade”.
Uma mulher há com quem partilho o título deste texto. E
partilharei para sempre.
Num tempo onde corrente é a expressão: “os meus, os teus e os
nossos”, já não fomos a tempo, infelizmente, de dizer ‘os nossos’ para grande
pena minha. Assim os meus e o teu são os nossos.
O Zé Bernardo foi um estudante do caraças. Começou a
trabalhar revelando uma competência extraordinária.
Vai agora, porque para os putos deste tempo, o mundo inteiro é o seu
lugar, para Bruxelas trabalhar na maior empresa de mercados financeiros do
mundo.
É um puto giro, porque descontraído e completamente distraído,
tal como eu gosto.
Gosto de gente distraída, como eu tb sou. O que é que posso
fazer? A mais completa e ‘absurda’ distração traz sempre consigo pessoas
interessantes. Vivem numa dimensão à parte.
O índio desta fotografia é o Marco, meu Amigo de infância,
com quem sempre gostei de “estar preso por vontade”.
Vive em Bruxelas há quase 40 anos. Ele e aquela incrível comunidade
de vieirenses, todos da minha infância.
Telefonei-lhe e pedi-lhe ajuda para acolherem o Bernardo com
carinho.
Não importa dizer tudo o que têm feito. Nada disso interessa
agora, porque o que realmente fica e para sempre ficará dentro do meu coração é
esta frase maravilhosa, enquanto tentavam encontrar um apartamento para o puto:
“Éh pá, nós somos família. Na rua é que ele não fica!”.
E pensar que um dia foste um “índio” naquele carnaval?
Obrigado vizinho. É verdade, somos família.
Seremos sempre!
Abraço.
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