“Conversa comprida, só faz quem quer!”
Frase por todos nós bem conhecida. Temos de concordar que, ‘nós por cá’, temos uns ‘adzeres’ engraçados e bem inteligentes. O pessoal da Vieira
tem, de entre muitas outras particularidades, esta característica.
Confesso que nunca pensei que uma verdade absoluta causasse
tanta conversa e tanta polémica. Em 2024, há verdades que não se devem, porque
parece não se poderem dizer.
Quando nos roçamos no adro, sujeitamo-nos a ser apedrejados
pela turba e por uma presunçosa ‘elite’ social e pensante. Retrógrada, farisaica,
profundamente demagoga e ultra ortodoxa.
Mas enfim… É o que temos. Infelizmente.
Gosto pouco de piadolas sem piada, nem sentidos de humor pretensiosos
que tudo devem ao humor propriamente dito. Aquele humor beato, bafiento e
mordaz, no mau sentido.
Da minha parte vou tentar acabar este tema, por uma razão principal.
Ontem, a meio do jantar recebi um telefonema, algo histérico,
a chamar-me numa palavra ‘ditador’, apenas e só porque tinha utilizado a
expressão: “que nunca mais se repita”, como se de uma ameaça se tivesse tratado.
Se a ‘sagrada’ Biblioteca de Instrução Popular, porque para
mim sagrada é, e até essa ‘força de expressão’ contra mim foi invocada nesse
infeliz telefonema, quiser continuar a ‘peregrinar’ numa qualquer procissão,
pois que continue. Quero lá saber!
Entristece-me. Apenas isso. É um direito que me assiste.
Mas o que ainda mais me deprime é a forma negacionista com
que alguns cristãos, iluminados sem dúvida, saúdam e se enquadram nessa
iniciativa.
Ainda bem que já não podemos ser presos por delitos de opinião,
porque eu, com as minhas opiniões, certas ou erradas, oportunas ou nem por
isso, ainda vivo em liberdade e nunca tive de abrir a porta da minha casa nem à
PIDE nem à Santa Inquisição.
Não faço, como nunca fiz, cartazes de Fé, para me aproximar
ou afastar de Cristo. Vivi sempre numa casa onde todo esse tipo de opções
sempre foram respeitadas. Quantos poderão dizer o mesmo de si e das suas
famílias?
Enterrei os meus 4 e tentei (pelo menos) fazê-lo respeitando a intimidade mais profunda de cada um deles. Arrependo-me, de não ter dito umas pequenas palavras ao meu pai. Tentei fazê-lo no meu livreco. Mas foi uma falta grande, tê-lo enterrado sem lhe dizer ‘Adeus’. Ao meu pai, profundamente ateu e extremamente discreto nessas e noutras matérias.
A ridícula polémica acerca do andor da BIP, está a fazer correr um
ror de tinta e alguns insultos baratos por mensagens e por telefone.
É pena.
Estamos em 2024 e estas formas de intolerância bacoca ainda
existem.
Quem roça no adro sujeita-se ao apedrejamento dos guardiões
da Fé católica é bem verdade.
Em matemática, por vezes, para se provar um teorema ie uma
certeza, por vezes constroem-se explicações em como o seu contrário é impossível.
Vou tentar fazer isso mesmo para provar que as Associações da
Vieira têm, pelos vistos há alguns anos, procedido de forma incorreta participando
no momento mais sagrado e mais Solene de umas Festas religiosas. Ou seja, na procissão,
que como disse o Alfredo João, as pessoas caminham, orando.
Até me disseram que uma vez houve em que um carro dos
Bombeiros transportou um andor.
Pois, muito bem.
Gostava de ler ou ouvir a opinião de todos esses ‘doutores da
lei’ se os Evangélicos, quisessem fazer uma qualquer obra social na Vieira e
pedissem ajuda a todas as coletividades para que se associassem a uma cerimónia
de culto no seu Templo para no peditório, por exemplo, pudessem auferir uma
maquia superior ao habitual.
Neste caso, imaginemos como natural que todas as Associações
responderiam, participariam, e orariam conjuntamente. Como seria depois a
reação da turba? Dos sócios, de todos?
Relembro que os ‘Protestantes’, como são apelidados, existem
há mais de 50 anos na Vieira.
E, se os Jeovás, que existem também na Vieira, há mais de 30
anos, pedissem uma viatura aos nossos Bombeiros para num Sábado de manhã distribuírem
no mercado a sua ‘revistinha’? E se a Direção dos Bombeiros anuísse a tal
intenção. A revista até é inofensiva, costuma ter uns artigos tranquilos,
calmos, ridículos, mas bem-intencionados.
E se fosse a ‘Igreja dos Últimos Dias’, que também existe na
Vieira?
E se fosse a Maçonaria, uma organização milenar, iniciática, laica, solidária, filosófica e altruísta?
Pois é!
Tudo isto é muito bonito, mas infelizmente, ainda parece ser
Tema.
Quando não o deveria ser.
O laicismo não é uma palavra. É uma forma de respeito pela
religiosidade dos outros, até daqueles que não a têm.
Gostava de ver as opiniões farisaicas de todos os 'doutores da lei', que pelos vistos são muitos, se todas as Associações da Vieira se fizessem representar num jantar, numa conferência, ou numa Sessão Branca (isto é aberta a todos) no Templo Alípio Cacela e Cunha em Leiria. E, a Maçonaria não é como numa foi uma Religião! Só para os ignorantes, preconceituosos e demagogos de serviço.
Foi talvez por isso, que todos os
ditadores da história a proibiram e perseguiram cruelmente.
Gostava de ver!
Hipócritas.
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