Para lá do infinito.
Abram bem esta janela maravilhosa, e olhem para longe, para
lá da pedra do Guilhim. Fitem a linha do horizonte e tentem por conseguir ver, no
movimento de marionetes que o Pessoa viu da sua janela em frente da 'Tabacaria'.
Ponham os binóculos e tentem ver ainda o infinito na sua
trágica finitude. Uns, de uma forma ou de outra, mesmo que tenham de ajustar a
óptica binocular, ampliando-a conseguirão sempre fazer que percebem e cantem
hossanas ao que pensam ver mas não vêm.
Outros, de uma forma ou de outra, não vêm nem querem ou sabem
ver.
Outros ainda, os parvos, os idiotas, atordoados, levam o
teatro a sério, incapazes de o comentar, como sempre foi o meu caso, meus filhos. Meus amores lindos.
Vejam sempre ou tentem ver para além do Guilhim …
Pode ser que se ‘apercebam’ de alguma coisas de jeito.
Eu tentei.
Nunca consegui.
Se bem que o ‘caminho’ certo foi, é e será esse.
Ver muito para além do Guilhim.
A varanda é vossa. Oxalá que as dúvidas também sejam.
E desejo ainda que permaneçam até ao fim dos vossos dias.
Só a dúvida nos liberta.
Nota:
Este texto foi escrito a quatro mãos.
Curiosa experiência esta. Ainda por cima para quem, de uma forma ou de outra, sempre procurou ver para além do infinito.
Do Guilhim, neste caso.
Não fosse a minha varanda e estaríamos ambos, a escrever da Foz do Liz. Nesse caso da tua. Varanda. O que, neste contexto é exatamente a mesma coisa.
A finitude da Alma. Ou acerca da sua imortalidade.
Não restam dúvidas que os horizontes, sejam lá eles quais forem, mexem connosco, acima de qualquer outra coisa.
Essa é que é a verdade, AJ! A finitude da Alma ou a sua absoluta imortalidade.
Estranhas e eternas dúvidas que nos dominam, porque justificadas. Todas elas.
Não fossemos nós uns 'cromos' que não sabemos nada da vida, porque sempre ficamos em todas as suas eternas inquietações.
Comentários
Enviar um comentário